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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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pareceria adequado face ao objectivo final deste trabalho, fruto de uma leitura<br />

falseada <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> que fôssemos recolhendo.<br />

114<br />

Conscientes deste perigo, procurámos meios de o evitar, e novamente nos<br />

deparámos com o princípio da triangulação e a pertinência de confrontar as nossas<br />

próprias percepções sobre o observado com as <strong>dos</strong> indivíduos observa<strong>dos</strong><br />

(Lessard-Hébert, 1994: 74/5), estendendo-se e, simultaneamente, complexificando-<br />

-se o próprio objecto da investigação, na medida em que estávamos conscientes,<br />

com Rodrigues, de que<br />

o fenómeno educativo comporta muitos aspectos cuja visibilidade não é, pelo<br />

menos, directa. As crenças, os valores, as expectativas, os interesses, as<br />

intenções, as interpretações, os significa<strong>dos</strong> atribuí<strong>dos</strong> pelos sujeitos são tão<br />

reais como um comportamento, além de que dão a este fundamento (2001: 66).<br />

Planificámos, então, o recurso a técnicas de inquérito por questionário ou<br />

entrevista, consoante o que considerássemos, em cada momento, mais pertinente e<br />

profícuo. O conteúdo e os objectivos desses instrumentos não podiam ser<br />

determina<strong>dos</strong> a priori (exceptuando o caso do questionário de caracterização <strong>dos</strong><br />

sujeitos, já apresentado no Capítulo 2.4.1), pois dependeriam precisamente do que<br />

fôssemos observando, das conclusões que, no curso da análise, se fossem<br />

delineando e para as quais buscaríamos aprofundamento e validação. Por isso,<br />

deixámos em aberto a hipótese de recorrer a esta técnica, considerando mesmo<br />

que seria inevitável, mas não avançámos, nesta fase inicial, para a construção de<br />

nenhum instrumento deste tipo.<br />

Contudo, estando conscientes de que seria importante obter, desde o início,<br />

um feedback <strong>dos</strong> sujeitos envolvi<strong>dos</strong> (especialmente as alunas, já que eram elas o<br />

nosso público-alvo prioritário) em relação às actividades que lhes iam sendo<br />

propostas – o interesse que lhes encontravam, o que teriam, potencialmente,<br />

aprendido, etc –, de forma a melhor e mais adequadamente concebermos os<br />

momentos subsequentes da intervenção, procurámos um recurso que desse<br />

resposta a esta necessidade mas que, simultaneamente, pudesse ser útil para os<br />

próprios sujeitos (tínhamos sempre presente em nós a perspectiva do engaged<br />

educational researcher e a vontade de que a experiência de colaboração com esta

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