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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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formação e, principalmente, de educação escolar, é extremamente difícil de<br />

conseguir e, como tal, de ser considerado o meio ideal de promoção do<br />

entendimento entre povos, nações, falantes de diversas línguas:<br />

488<br />

O problema da cultura europeia do futuro não está por certo no triunfo do<br />

poliglotismo total […], mas numa comunidade de pessoas capazes de colherem<br />

o espírito, o perfume, a atmosfera de uma língua diferente. Uma Europa de<br />

poliglotas não é um Europa de pessoas falando correntemente múltiplas<br />

línguas, mas, no melhor <strong>dos</strong> casos, uma Europa de pessoas que são capazes de<br />

se encontrar falando cada uma delas a sua própria língua e compreendendo a<br />

daoutra pessoa, sem a saber falar com fluência, pelo que, entendendo-se assim,<br />

ainda que com esforço, entenderão o «génio», o universo cultural que cada uma<br />

delas expressa ao falar a língua <strong>dos</strong> seus antepassa<strong>dos</strong> e da sua tradição (Eco,<br />

1996: 324/325).<br />

Assim, a par de acções de política educativa (cujos actores nem sempre<br />

“lêem” nas palavras de pensadores e investigadores aquilo que estes<br />

efectivamente pretenderam expressar), que continuam a apostar, se não num<br />

poliglotismo, pelo menos na promoção de um “trilinguismo” 8 – entendido como o<br />

domínio completo, por um mesmo sujeito, de três línguas –, ou de um modelo de<br />

bilinguismo em que uma das línguas considerada fundamental para a<br />

comunicação intercultural é o Inglês 9 , a par destas medidas de política,<br />

encontramos, essencialmente no campo do pensamento sociológico,<br />

psicolinguístico e didáctico, a defesa da aposta numa política activa de promoção<br />

das línguas na sua diversidade (North, 2006a), à qual os sujeitos, na sua<br />

individualidade, poderão corresponder com o desenvolvimento da sua<br />

Competência Plurilingue.<br />

8 Veja-se, a título de exemplo, os documentos produzi<strong>dos</strong> pelo Departamento de Educação, Universidades e Investigação<br />

do País Basco, onde se pode ler que se entende por “sistema educativo plurilingue” (ou multilingue - os dois termos são<br />

usa<strong>dos</strong> indistintamente): “Una organización escolar en la cuál, además del castellano y el euskera, se utilice por lo<br />

menos una tercera lengua, y se imparta como asignatura”, ou ainda as palavras de Chirac (2001: 53): Nous devons<br />

instituer un véritable plurilinguisme dès l’école […]. Il s’agit d’organiser, dès le plus jeune âge, l’enseignement d’une<br />

langue étrangère puis, dès le collège, d’une deuxième langue étrangère.<br />

9 Cf. Junta de Andalucía (2003): “En teoría, el sistema educativo andaluz contempla el aprendizaje del inglés, pero no<br />

parece que quienes han accedido a la enseñanza reglada […] puedan definir-se como población próxima a la atribución<br />

de bilingüe” (p.129); “el conocimiento de otras lenguas, en especial el inglés, está en la médula de las estructuras<br />

sociales más evolucionadas” (p.130); “El bilingüismo o, en términos más conteni<strong>dos</strong>, el avance en el empleo del inglés<br />

contribuye indudablemente a la consecución de una sociedad multicultural, que parte también del respeto de las distintas<br />

lenguas concurrentes, pero que establece como convención una lengua de intercambio del conjunto de sus actores”<br />

(p.131).

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