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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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396<br />

Se recordarmos a resposta à última pergunta do Questionário Inicial<br />

(Apêndice II.2 – nº1), que analisámos no início deste Capítulo 6.2, encontramos<br />

aquilo que consideramos uma forma de evitamento, que se consubstancia na<br />

busca do auxílio de alguém que se considera mais competente para lidar com a<br />

língua em causa, ou no recurso imediato ao dicionário, quando esta estratégia<br />

substitua uma tentativa inicial de compreensão do dado verbal por meio de outros<br />

recursos (cf. Apêndice II.2 – nº114). Este auxílio, que poderia ser considerado uma<br />

outra forma de buscar informação em referentes externos (que tratámos em 6.2.5),<br />

transforma-se em evitamento quando o que se pretende é que a<br />

pessoa/instrumento que o fornece substitua o sujeito na tarefa de compreensão,<br />

fornecendo-lhe de certo modo um resultado pronto, isto é, o sujeito evita o texto<br />

“original”, a língua-alvo, e procura lidar somente com a informação que lhe é<br />

fornecida externamente:<br />

(111) N e agora temos que tentar resumir o texto / já o percebemos assim mais ou menos<br />

neste momento<br />

(112) CS eu não / então explica // ah então pronto / já o percebemos mais ou menos já<br />

(113) N já o lemos ao menos<br />

(114) CS<br />

morte de...<br />

ó pá isto fala basicamente... // da conquista / não é? // do triunvirato // e... da<br />

(115) N/CS<br />

(…)<br />

césar //<br />

(121) Cr se tu souberes resumir... nós percebemos //<br />

(122) CS nós concordamos com tudo o que tu disseres<br />

(Apêndice II.2 – nº131).<br />

Apesar da detecção de uma ou outra situação de “tentação de desistência”,<br />

como dissemos anteriormente, no contexto da implementação do PP esta não foi a<br />

atitude mais comum das nossas alunas: talvez por se tratar de um trabalho<br />

proposto em sala de aula, que se sentiram na obrigação de realizar (algo que não<br />

sucederia na situação hipotética descrita no referido questionário); talvez por<br />

terem vontade de colaborar o melhor possível com o nosso trabalho de<br />

investigação… a verdade é que o facto de este ser um trabalho que “não contava<br />

para nota”, como uma delas refere a dada altura, poderia tê-las conduzido mais

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