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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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oyale pour la connaissance des autres (Simone, 1997: 28). A comunidade linguística a<br />

que Dubois se referia deixava, assim, de ser considerada essencialmente<br />

monolingue, para passar a contemplar a componente de plurilinguismo que<br />

caracteriza a diferenciação existente, apesar das semelhanças, entre línguas com<br />

uma mesma origem, pertencentes a uma mesma família, numa resposta a um<br />

desafio claramente contextutalizado no espaço (Europa) e no tempo/agenda<br />

políticos:<br />

Il faut bâtir sur cette proximité, sur cette racine commune que tout visiteur<br />

français au Portugal ne peut que ressentir et qui nous offre cette chance de<br />

placer nos peuples au seuil de l’”intercompréhension”, de cette faculté<br />

d’entendre spontanément l’autre, de saisir chez lui les éléments de notre<br />

patrimoine commun, d’en reconnaître les mots et les idées (Chirac, 1999).<br />

Apesar de aparentemente simples, este alargamento do campo de<br />

abrangência da <strong>Intercompreensão</strong> trouxe para a ribalta questões ligadas ao<br />

bilinguismo, aos processos de <strong>aprendizagem</strong> de línguas estrangeiras, aos<br />

fenómenos ocorrentes na passagem de umas línguas para outras, aos processos de<br />

transferência executa<strong>dos</strong> ou executáveis nessas mesmas passagens, ao próprio<br />

fenómeno da tradução; isto é, de um conceito relativamente “simples” (se é que<br />

podemos considerar que qualquer processo de comunicação interpessoal é<br />

simples), que lidava apenas com a capacidade de compreensão numa língua,<br />

passámos para um conceito complexo, dificilmente desligável do estudo <strong>dos</strong><br />

processos de aquisição de línguas (materna(s) e estrangeiras) e, por consequência,<br />

do fenómeno de ensino-<strong>aprendizagem</strong> das mesmas, que é o objecto da DL.<br />

É a entrada da <strong>Intercompreensão</strong> neste campo que motiva aquela que<br />

considerámos como a terceira fase no caminho deste conceito. A preocupação com<br />

a formação de professores capazes de potencializar a <strong>Intercompreensão</strong> no ensino-<br />

-<strong>aprendizagem</strong> de uma língua que motivou a concepção do projecto ILTE, agora<br />

sem limites de famílias de línguas, teria contribuído para o culminar de uma<br />

perspectiva que já na fase anterior se delineava: a de que a <strong>Intercompreensão</strong>, mais<br />

(ou para além) do que uma capacidade de comunicação interpessoal, monolingue<br />

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