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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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quais nos sentíamos com mais capacidade para lidar, ou, recordando Bachelard,<br />

na falta de conhecimento científico, valemo-nos do conhecimento comum.<br />

48<br />

Por outro lado, acreditávamos na altura, ainda que sem um fundamento<br />

científico sólido, que numa investigação em Educação, sobretudo no domínio<br />

didáctico, não era o processo de investigação em concreto que tinha que se moldar<br />

a um quadro metodológico pré-estabelecido, muitas vezes forjado em contextos<br />

próximos mas diferentes, e posteriormente adaptado ao contexto educacional, mas<br />

era o quadro metodológico que deveria ser construído em função da forma<br />

considerada mais adequada ao cumprimento <strong>dos</strong> objectivos propostos pela<br />

investigação. Viemos a encontrar em Rodrigues uma corroboração desta nossa<br />

intuição, quando a autora propõe as metodologias da investigação interpretativa<br />

como as que melhor poderão responder à natureza incerta, complexa, fugidia, feita de<br />

acções, pensamento e contexto (1991: 64) da situação educativa e acrescenta que:<br />

Na verdade, não se trata tanto de saber que técnicas e instrumentos podem ser<br />

prescritos mas de reter a orientação fundamental para a investigação. Ora esta<br />

fundamentação podemos encontrá-la, de acordo com os objectivos do<br />

investigador – os méto<strong>dos</strong> dependem do investigador e não este daqueles como<br />

sucede na investigação analítica – nas múltiplas perspectivas que as<br />

metodologias interpretativas revestem (idem).<br />

Por isso, a pergunta “O que queremos, na prática, fazer?”, guiou sempre a<br />

forma como fomos delineando a ida para o terreno e serviu, de algum modo, de<br />

filtro das leituras que íamos realizando, ajudando-nos a seleccionar a informação<br />

que seria pertinente para o nosso trabalho. Este facto teve como consequência que<br />

a nossa atenção se focalizasse, nessa fase inicial, nos méto<strong>dos</strong>, técnicas e<br />

instrumentos de que nos poderíamos servir para fazer investigação (afinal, o<br />

conteúdo de método é mais preciso; Pardal & Correia, 1995: 10), mais do que em<br />

paradigmas e concepções teórico-metodológicas que para nós eram algo abstractas<br />

e, em certa medida, pouco esclarecedoras face à necessidade premente de conceber<br />

um plano concreto de trabalho com uma turma escolar.<br />

Este facto poderá ser visto como uma grave fragilidade do processo de<br />

investigação por nós realizado, e assim o encarámos durante algum tempo; mas,

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