16.04.2013 Views

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

programas <strong>dos</strong> países europeus das línguas envolvidas (sic), e que os alunos<br />

constroem, assim, saberes metalinguísticos que lhes permitem maîtriser mieux leur<br />

langue source (op. cit.). Perguntamos de novo: onde está, então, a especificidade<br />

dessa competência de <strong>Intercompreensão</strong>?<br />

532<br />

Outra das variações que encontramos, ainda, no discurso sobre<br />

<strong>Intercompreensão</strong> ligado à ideia de competência é, precisamente, o apelidar da<br />

<strong>Intercompreensão</strong> de “capacidade”, evitando deste modo a designação de<br />

“competência”, sobretudo em situações em que esta última é reservada para a<br />

noção de CP. Por exemplo, em Andrade & Moreira (2002: contracapa da brochura<br />

do projecto ILTE) pode ler-se que a <strong>Intercompreensão</strong> é uma componente<br />

indispensável da CP e que engloba uma capacidade de estabelecer pontes entre<br />

línguas e culturas e uma abertura e curiosidade face a novas experiências<br />

comunicativas. 20 O estabelecimento destas pontes dependerá de o sujeito possuir<br />

competências de linguagem transversais e capacidades de transferência inter e intra-<br />

-linguística, intercultural e interdisciplinar (Andrade & Moreira et al., 2002: 6). A<br />

capacidade de estabelecer pontes entre línguas decorre, assim, da posse e<br />

activação, pelo sujeito, de competências de linguagem transversais e capacidade<br />

de transferência, isto é, da sua capacidade de gerir, em situação, estas<br />

competências e capacidades. É um entendimento semelhante àquele que nós<br />

defendemos, a dada altura. Mas a mesma questão que levantámos ao nosso<br />

próprio pensamento levantamos a este: onde cabe, então, a Competência<br />

Estratégica? 21 Ou mesmo a activação das diferentes dimensões da CP que<br />

referimos no Capítulo 8.2, sendo que duas delas são, precisamente, as de gestão do<br />

repertório linguístico-comunicativo e da interacção? Confiram-se, a este propósito,<br />

as palavras de Meissner et al.:<br />

20 Note-se que, tal como em muitos outros textos, a instabilidade do conceito acaba por emergir, ao afirmar-se,<br />

igualmente, que a <strong>Intercompreensão</strong> é uma estratégia privilegiada no processo de construção e<br />

desenvolvimento de uma competência que se quer plurilingue e intercultural (Andrade & Moreira et al., 2002:<br />

16).<br />

21 Cf.: la composante stratégique sera utilisée comme un outil heuristique, de façon à réussir des tâches de compréhension<br />

dans n’importe quelle langue. La conscience linguistique proviendra de la conscience de cet usage (Capucho, 2003).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!