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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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opacidade, da língua ou do discurso, é determinante para a possibilidade de<br />

ocorrência da intercompreensão.<br />

Segundo este nosso entendimento de <strong>Intercompreensão</strong>, esta deixará de ser<br />

encarada como uma “competência” ou “estratégia” (várias vezes ao longo deste<br />

capítulo, e não só, questionámos a sua delimitação e especificidade face a outras<br />

competências), na medida que estas serão, na sua diversidade e complexidade, os<br />

meios de que os sujeitos se servem para a construir, num quadro em que a CP<br />

poderá assumir algum relevo pelo facto de comportar diferentes dimensões de<br />

gestão <strong>dos</strong> repertórios <strong>dos</strong> sujeitos. E se a CP suporta, ainda que não sozinha, a<br />

<strong>Intercompreensão</strong>, esta, por sua vez, alimenta a primeira ao fornecer-lhe novos<br />

da<strong>dos</strong> que o sujeito, reconhecendo em cada interacção uma situação<br />

potencialmente aquisitiva e activando, por isso, a sua Competência de<br />

Aprendizagem, integrará nos seus repertórios de modo a que fiquem disponíveis<br />

para uma ocorrência futura.<br />

A <strong>Intercompreensão</strong> surge, assim, como uma situação de interacção,<br />

marcada pela presença da Diversidade e pela relação com uma CP, em que<br />

comunicação, conhecimento e sujeito se (re)constroem mútua e recursivamente,<br />

ilustrando as reflexões sobre a linguagem que,<br />

na esteira de Bakhtin, têm mostrado que os processos de constituição da<br />

subjetividade ocorrem na relação com os outros e embora vivamos numa mesma<br />

época, internalizemos as mesmas expressões, utilizemos os mesmos recursos<br />

expressivos […], cada um de nós se constitui diferente do outro já que são<br />

imprevisíveis as relações que cada sujeito estabelecerá entre o novo que<br />

apreende e a sua própria história […]. Linguagem, subjetividade,<br />

conhecimentos, to<strong>dos</strong> elementos constituintes do ser humano e que se<br />

constituem nos processos interdiscursivos, nas relações com os outros<br />

(Collares, Moysés & Geraldi, s.d.).<br />

Encarando a <strong>Intercompreensão</strong> nos termos anteriormente clarifica<strong>dos</strong>,<br />

pensamos que ela pode constituir-se:<br />

– ao nível micro – do sujeito e das suas interacções, como objectivo<br />

comunicativo/interactivo;<br />

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