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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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Para reflexão!<br />

O que sabem os aprendentes escolares portugueses sobre os fundamentos de<br />

selecção das línguas que a escola lhes oferece? Que consciência têm <strong>dos</strong> critérios<br />

que subjazem a essa oferta e, consequentemente, <strong>dos</strong> critérios que poderão<br />

suportar as suas próprias opções?<br />

Uma crítica que hoje fazemos ao nosso trabalho no terreno, em relação a<br />

esta temática, prende-se com o facto de considerarmos que não contribuímos<br />

significativamente para a desconstrução destas ideias, as quais, aliás, nem foram<br />

retomadas em momentos posteriores do PP. Reflectindo a posteriori sobre este<br />

aspecto, pensamos que ele se ficou a dever, em parte, ao facto de na altura<br />

associarmos a questão <strong>dos</strong> pré-conceitos e <strong>dos</strong> conhecimentos declarativos sobre<br />

esta matéria à temática das imagens e das representações sobre as línguas (<strong>Simões</strong>,<br />

2006), campo que não era nosso objecto de estudo directo e ao qual não demos, por<br />

isso, a importância devida.<br />

Assim, só aquando do levantamento de ocorrências e subsequente análise,<br />

já enformada pelas categorias aqui apresentadas, nos apercebemos desta lacuna,<br />

tanto mais evidente quanto se tornou claro que a base destas ideias pré-concebidas<br />

é um (des)conhecimento que os sujeitos detêm da realidade do mundo das<br />

línguas, eventualmente assente em equívocos ou da<strong>dos</strong> falsamente generalizáveis,<br />

mas que ainda assim são as ideias que a sua experiência e a sua percepção do<br />

mundo levou a que fossem integradas, como factos indiscutíveis, como<br />

conhecimento declarativo, nos seus schemata 8 relativos ao Mundo das línguas.<br />

Ora, se um <strong>dos</strong> objectivos da formação para e pelo plurilinguismo for,<br />

precisamente, a educação para o respeito e a preservação da Diversidade<br />

linguística e cultural (cf. Capítulo 8), a temática das línguas francas e, por<br />

8 Entendemos por schemata, na linha, nomeadamente, de Stanovich (1982), as estruturas de conhecimento<br />

guardadas na memória <strong>dos</strong> sujeitos, onde se encontram armazena<strong>dos</strong>, mas também interliga<strong>dos</strong> e<br />

organiza<strong>dos</strong>, os conceitos e as informações que possuem sobre diferentes tópicos e que lhes permitem realizar<br />

uma variedade de actividades cognitivas, como comparar, inferir, tirar conclusões, etc (Morais, 1988).<br />

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