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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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(Apêndice I.3 – nº7).<br />

254<br />

Uma das ocorrências acima citadas remete-nos também para um outro<br />

aspecto interessante no que respeita à (orto)grafia e ao carácter peculiar de que<br />

esta categoria aqui se reveste: trata-se da referência às terminações das palavras<br />

(Apêndice I.3 – nº4). Sendo as terminações características de tipo morfossintáctico<br />

das línguas, na verdade, no processo de confronto das nossas aprendentes com o<br />

dado verbal escrito, não nos parece que estas características tenham sido<br />

reconhecidas, e consequentemente valorizadas, como tal, mas antes teriam sido<br />

mencionadas por despertarem algum tipo de memória visual que as identificou<br />

com a língua em questão (neste caso, o Alemão):<br />

(267) C como é que agora vamos dizer que nos pareceu uma língua germânica? // ahm…<br />

pelas terminações das palavras e pelos acentos?<br />

(Apêndice II.2, nº16).<br />

Clarificando: incluímos nesta sub-categoria a referência às “terminações das<br />

palavras” na medida em que, apesar de estas constituírem características da<br />

morfologia flexional (Mateus et al., 1992) das línguas em causa, as aprendentes não<br />

evidenciam reconhecê-las como tal. Na verdade, a forma vaga e pouco<br />

fundamentada de as apresentarem como justificação para a identificação da língua<br />

parece mostrar, segundo a nossa leitura e interpretação da situação, que não têm<br />

consciência desta índole morfossintáctica; essas terminações surgem-lhes como<br />

formas visualmente familiares, são graficamente reconhecidas, mas não pelo valor<br />

que efectivamente a Linguística lhes atribui – o de revelarem a identidade<br />

morfológica e as funções sintácticas que, no seio da oração gramatical, as línguas<br />

lhes atribuem.

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