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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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406<br />

(17) E então... será que o facto de... a língua / aparentemente não ter nada a ver ou ter<br />

muito pouco a ver com a língua que estás a estudar numa disciplina concreta / não tem<br />

nenhuma nenhuma mais-valia? / isto é não tem nenhuma utilidade?<br />

(18) Cr tem mas é muito mais difícil porque / se as línguas forem parecidas podemos ter...<br />

palavras parecidas e dá muito mais fácil p’ra tirar / ahm... o significado de palavras tem que ter<br />

alguma coisa parecida // porque uma palavra assim afastada... é um bocado difícil<br />

(Apêndice III.1 – nº62);<br />

(10) I acho que não / porque... o latim é uma língua morta e... tem muito a ver com a<br />

origem das palavras e... algumas palavras vêm do latim não é? / e por isso acho que só o latim...<br />

tem no fundo a ver<br />

(Apêndice III.1 – nº69).<br />

Repare-se como a resposta de Cr corrobora uma conclusão que já tínhamos<br />

delineado nas primeiras leituras <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> (cf. Capítulo 4.1): a prática escolar<br />

aparentemente sobrevaloriza os resulta<strong>dos</strong> apresenta<strong>dos</strong> pelos alunos (cf. também<br />

Apêndice III.1 – nº99) e subvaloriza (ou mesmo desvaloriza) o desenvolvimento de<br />

competências de análise e reflexão meta-cognitivas e meta-processuais (O’Malley<br />

& Chamot, 1990) que são, afinal, transversais à <strong>aprendizagem</strong> de qualquer língua<br />

e, por isso, a mais profícua fonte de transferências, em particular de índole<br />

aquisicional (Andrade, 1999), concretizando um processo de ensino-<strong>aprendizagem</strong><br />

em que both subject learning objectives and teaching thinking objectives are addressed in<br />

the same lessons and intertwined (Leat & Lin, 2003: 385). Confronte-se, ainda, esta<br />

observação com a que realizámos no Capítulo 3.2, onde damos conta do facto de,<br />

no Questionário Inicial, as alunas terem considerado particularmente difícil dizer<br />

o que consideravam mais fácil e mais difícil na <strong>aprendizagem</strong> de línguas, que<br />

qualidades faziam delas “boas” ou “más” alunas de línguas e que estratégias de<br />

ensino utilizadas pelos docentes consideravam mais eficazes, uma dificuldade de<br />

resposta que residiu precisamente no facto de nunca terem sido levadas a reflectir<br />

sobre estes assuntos.<br />

O facto de as questões da Entrevista I se referirem à pertinência da<br />

implementação de “este tipo de trabalho” ou “actividades” em outras disciplinas de

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