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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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consequentemente, formativo da acepção de <strong>Intercompreensão</strong> como estratégia de<br />

comunicação.<br />

E é precisamente esta ligação da <strong>Intercompreensão</strong> à ideia de uma relação<br />

entre sujeitos (ou entre um sujeito e um dado verbal, o qual, de qualquer modo,<br />

terá sido produzido por outro sujeito…), num universo de aceitação e assumpção<br />

do Plurilinguismo, que mais nos cativa, por considerarmos que, a partir dela, se<br />

poderá construir um entendimento deste nosso conceito-chave que melhor<br />

responda aos desafios da Didáctica do Plurilinguismo, por um lado, e à essência<br />

significativa do próprio conceito, por outro: inter-compreensão = compreensão<br />

entre sujeitos 28 , que poderão não usar a(s) mesma(s) língua(s) 29 , mas que ainda<br />

assim se empenham em comunicar entre si, em interagir, oralmente ou por escrito,<br />

em presença ou à distância, na co-construção de senti<strong>dos</strong>.<br />

Não será, aliás, apenas a questão linguística que estará em causa nesta<br />

interacção, mas também aspectos liga<strong>dos</strong> às competências referencial, discursiva<br />

ou outras, como fomos percebendo ao longo da análise <strong>dos</strong> nossos da<strong>dos</strong>, e como<br />

podemos inferir das palavras de Vasseur, que igualmente se apropria do vocábulo<br />

“intercompreensão”, nos termos seguintes:<br />

l’interaction verbale ne saurait être réduite à la stricte transmission et<br />

réception d’une information. L’interaction repose sur une interprétation de la<br />

situation et de l’activité accomplie conjointement. Cette interprétation<br />

constitue l’occupation constante des interactants qui confrontent, comparent,<br />

ajustent leurs discours dans une co-interprétation qui se forme tout au long du<br />

dialogue. C’est ce qu’on entend ici par «intercompréhension» (2005: 155).<br />

Ao concentrarmo-nos na dimensão da inter-acção/relação acreditamos<br />

propiciar, igualmente, uma acentuação do carácter político da noção (que é<br />

originariamente Europeu mas pode ser alargado, tanto mais quanto não nos<br />

encerrarmos nas mais representativas famílias linguísticas europeias), colocando-a<br />

ao serviço de um respeito pela Pluralidade e Diversidade como factores de<br />

desenvolvimento sustentável, concretizado nas práticas interactivas <strong>dos</strong> sujeitos<br />

28 (e não entre línguas, como algumas formulações encontradas davam a entender)<br />

29 (pensamos não se dever abandonar completamente a definição de Dubois, 1994, até porque, como vimos,<br />

ela continua a ser retomada como ponto de partida para os estu<strong>dos</strong> de alguns investigadores)<br />

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