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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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conjugação <strong>dos</strong> significa<strong>dos</strong> de alguns vocábulos, tarefa que, na opinião de C,<br />

beneficiará de ser complementada com o recurso aos conhecimentos prévios <strong>dos</strong><br />

sujeitos, num processo que designa por “interpretação”:<br />

304<br />

(9) E e... falaste de interpretação de uma língua / o que é que tu achas que é<br />

interpretar uma língua? //<br />

(10) C ahm... bem... pronto naquela situação em que não conhecíamos nada sobre as<br />

línguas... e que era... alemão e... pronto se calhar outras línguas de que nunca tínhamos ouvido<br />

falar / era... // a partir <strong>dos</strong> conhecimentos que já tínhamos retirar algumas ideias<br />

(11) E então... recolher as ideias principais de um texto é interpretação? //<br />

(12) C em parte pode ser<br />

(Apêndice II.1 – nº41).<br />

De facto, este entendimento de “interpretação” não está longe do que Doyé<br />

(2005: 10) postula quando afirma, a propósito da <strong>Intercompreensão</strong>, que ela faz<br />

apelo precisamente à capacidade geral que o ser humano tem de interpretar,<br />

explorando diversos recursos cognitivos, de modo a compreender as mensagens<br />

com que se vê confrontado. Assim, segundo este autor,<br />

dans le modèle de l’intercompréhension, le récepteur qui tente d’interpréter un<br />

message oral ou écrit formulé dans une langue étrangère n’aborde pas cette<br />

tâche en novice linguistique. Il possède et peut exploiter des ressources<br />

cognitives considerables. […] Dans l’optique de l’intercompréhension, toute<br />

connaissance dans tout domaine mérite d’être utilisée dès lors qu’elle facilite<br />

l’interprétation de messages formulés dans une langue non apprise (idem).<br />

Assim, “compreensão”, "análise” (seja num sentido mais restrito ligado à<br />

morfossintaxe, seja num sentido mais lato de, digamos, observação atenta e<br />

raciocínio sobre os da<strong>dos</strong> verbais em causa) e “interpretação” são assumi<strong>dos</strong> como<br />

processos intimamente liga<strong>dos</strong> – será esta a causa de alguma indefinição nos<br />

discursos das alunas –, como podemos constatar igualmente em Ducrot &<br />

Schaeffer:<br />

Les études sur la compréhension des phrases passives par exemple ont suggéré<br />

l’existence de «stratégies pragmatiques», les sujets faisant l’économie d’une<br />

analyse syntaxique lorsqu’ils peuvent utiliser leurs connaissances extra-<br />

-linguistiques et se fier aux relations probables entre les éléments de la phrase<br />

pour leur attribuer une fonction. […] L’activité du sujet consisterait alors à<br />

construire une interprétation de la phrase dès le début de celle-ci, en

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