16.04.2013 Views

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

testemunha uma oscilação processual que provavelmente só o contacto com<br />

línguas que não são objecto de estudo escolar permite evidenciar tão fortemente,<br />

na medida em que não estão disponíveis, à partida, outros recursos, como o uso<br />

de dicionários e gramáticas ou o auxílio de um professor expert nas línguas em<br />

causa. Este facto levanta a questão do papel do professor neste tipo de abordagem,<br />

que nunca poderá ser o mesmo do formador Eurom4, por exemplo, pelo menos<br />

nos termos em que Tyvaert o apresenta, sob pena de não existir nenhum docente<br />

com perfil para desenvolver actividades plurilingues na sua aula: les apprenants,<br />

sous l’autorité d’un modérateur connaissant l’ensemble des langues en débat, sont invités à<br />

se donner dans leur langue une répresentation du contenu sémantique du texte (2003: 61).<br />

468<br />

Como fomos indiciando ao longo da análise, consideramos que o papel do<br />

professor beneficiará de ser, sobretudo, um papel de acompanhamento e,<br />

eventualmente, de “guia estratégico”, caso os alunos se sintam perdi<strong>dos</strong> durante o<br />

processo de compreensão, mas sem entrar no domínio da ingerência, coarctando a<br />

criatividade e a potencial diversidade de pensamentos e caminhos por eles<br />

segui<strong>dos</strong>. O professor poderá, assim, assumir uma postura fundamentalmente<br />

construtivista, na qual<br />

a hierarquia do professor como possuidor autocrático do conhecimento e o do<br />

aluno como sujeito ignorante e sob controlo que estuda para aprender aquilo<br />

que o professor sabe, começa a desvanecer-se à medida que os professores<br />

assumem mais o papel de facilitadores e os alunos adquirem um maior domínio<br />

sobre as ideias. De facto, a autonomia, a reciprocidade mútua das relações<br />

sociais e a responsabilização são aqui os objectivos (Fosnot, 1996: 10).<br />

O facto de o professor poder não ser detentor de conhecimentos sobre as<br />

línguas que propõe ou permite que entrem na sua sala não o desresponsabiliza,<br />

porém, de todo o processo. Pelo contrário, ele necessitará aprofundar o seu<br />

conhecimento ao nível, sobretudo, das temáticas processuais que fomos aqui<br />

elencando, de modo a estar preparado e sentir-se seguro para, assumindo a sua<br />

condição de co-construtor de compreensão e senti<strong>dos</strong> com os alunos, lidar com a<br />

imprevisibilidade e as dificuldades que este tipo de trabalho necessariamente<br />

farão emergir e, sobretudo, promover a reflexão e consciencialização de processos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!