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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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proporcionadas pela sua experiência de formação pessoal mais formal e<br />

estruturada, que terá sido a da escola.<br />

500<br />

E se a preocupação com a construção de uma “Europa das línguas” não se<br />

restringe a esta política de mercado, como sublinha Beacco, mas se assume<br />

também como “partie prenante du devenir européen, en tant que tel” (2004: 44), nós<br />

iríamos um pouco mais longe e diríamos que a formação no e para o<br />

Plurilinguismo é uma peça fundamental para o ser-se cidadão do mundo de hoje,<br />

onde a diluição de fronteiras, físicas ou “apenas” comunicativas, mas também<br />

culturais e sociais, nos desafia a assumir uma postura perante o Outro bastante<br />

diferente da que assumiram as gerações anteriores: se pretendemos empenhar-nos<br />

na construção de uma sociedade global caracterizada pela coesão, justiça e paz,<br />

nós próprios teremos também que ser Outros, mais Diversos nos nossos perfis (cf.<br />

noção de “sujeito plural” em Coste, 2004, por exemplo), mas sem obliterar as<br />

características identitárias que nos definem e nos permitem distinguirmo-nos entre<br />

nós. Será fundamental um equilíbrio, na construção da identidade individual de<br />

cada um, entre o sentimento de pertença/identificação com identidades colectivas<br />

decorrentes das comunidades/grupos em que nos movemos e a assumpção de<br />

uma individualidade, consciente e fundamentada, que nos responsabiliza pela<br />

forma como encaramos o Outro e com ele interagimos, que nos habilita para o<br />

exercício efectivo de uma cidadania livre e responsável. E estas não são<br />

preocupações menores, nem podem ser imputadas a apenas certas áreas do<br />

conhecimento (como a sociologia ou a didáctica das línguas e culturas). Os<br />

acontecimentos com que diariamente os programas noticiosos nos confrontam<br />

ilustram bem o quanto pode ser considerada ameaçadora esta “promiscuidade”<br />

identitária, as inseguranças que podem suscitar estas diluições que exigem <strong>dos</strong><br />

sujeitos uma flexibilidade e uma “percepção positiva de conflito” (Matos, 2004:<br />

190), que, se não existirem, redundam tantas vezes em (inter)acções marcadas pela<br />

violência (sobre a relação, frequentemente problemática, entre comunidade,<br />

identidade e cidadania, ver Frath, 2005). Uma flexibilidade que passa,<br />

necessariamente, por se ser capaz de lidar, com respeito e positivamente, com a

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