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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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experiência pessoal de vida do sujeito (the lifelong enrichment of the individual’s<br />

plurilingual competence, Mazza, 2004: 1) – e será a esta vertente do conhecimento,<br />

mas um conhecimento em acção ou de pendor pro-activo, que se refere Beacco no<br />

texto de 2005 -, e o Multilinguismo como a coexistência de línguas diferentes numa<br />

dada sociedade, algo a que se pode chegar, se essa sociedade não for já<br />

multilingue, simplesmente diversificando a oferta de línguas numa escola […],<br />

incentivando os alunos a aprender mais do que uma língua estrangeira, ou, ainda,<br />

diminuindo a posição dominante do inglês na comunicação internacional (Alves, 2001:<br />

23). Bernaus ajuda-nos, igualmente, a compreender esta distinção:<br />

Ainsi, le multilinguisme et le multiculturalisme sont-ils des notions qui<br />

devraient être utilisées pour décrire une situation générale (région, pays,<br />

communauté) de contact langagier ou culturel. […] Le plurilinguisme et le<br />

pluriculturalisme impliquent des aspects «individuels» qui entrent en action<br />

dans une situation de communication (2005: 50).<br />

Como nos posicionamos, então, face a estas diversas perspectivas 5 ?<br />

Aproximando-nos da posição que aparenta ser genericamente mais aceite,<br />

(cf. Hagège, 2003; Beacco, 2004 e o QECR), entendemos que Multilinguismo<br />

designa o fenómeno de coexistência de diversas línguas num mesmo espaço, mas<br />

entendemos “espaço”, de forma abrangente e metafórica, como podendo ser<br />

geográfico, político, virtual, textual, … Dado que as línguas coexistem nesse<br />

espaço em virtude da presença, in loco ou à distância, <strong>dos</strong> respectivos falantes que,<br />

por razões várias, poderão ser “obriga<strong>dos</strong>” a interagir, o Plurilinguismo emerge<br />

como o fenómeno da utilização (ou actualização, ou activação) dessas diversas<br />

línguas em situações de comunicação. O Multilinguismo será, assim, uma<br />

qualidade do domínio do “ser” de um espaço 6 e, porque o facto de se<br />

encontrarem, lado-a-lado, diferentes línguas não significa que exista,<br />

5 Este posicionamento é tanto mais pertinente quanto continuamos a encontrar, em textos recentes,<br />

entendimentos que vão, precisamente, no sentido oposto ao do QECR, por exemplo: de nombreaux linguistes<br />

ont recommandé à juste titre de réserver plurilinguisme pour décrire des situations de coexistence de langues (…) et<br />

d’utiliser multilinguisme pour qualifier la connaissance multiple de langues par un même individu. (…) ainsi,<br />

kollektive Mehrsprachigskeit corresponde à plurilinguisme, tandis que individuelle Mehrsprachigskeit sert à<br />

décrire le phénomène de multilinguisme (Günther, 2006: 55/56) ; ou ainda: el multilinguismo hace referencia tanto a<br />

la capacidade de una persona para utilizar varios idiomas como a la convivencia de diferentes comunidades lingüísticas<br />

en una zona geográfica (Comisión de las Comunidades Europeias, 2005: 3).<br />

6 proprietà di un dato territorio, Brotto, 2004: 2.<br />

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