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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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o caminho se fosse desenhando desta forma trouxe-nos alguma tranquilidade,<br />

corroborada pela afirmação de Pardal & Correia:<br />

42<br />

Uma investigação social não é uma sucessão de etapas estereotipadas ou<br />

estabelecidas que se cumprem numa determinada ordem imutável: as opções, a<br />

construção e a organização <strong>dos</strong> processos, compondo um modelo de análise<br />

particular, variam em função da natureza e da especificidade do objecto de<br />

estudo, e conforme a acuidade e a imaginação do investigador, particularizando<br />

cada investigação específica, muito embora não se dispense nunca a fidelidade<br />

aos princípios de rigor metodológico fundamentais na investigação científica;<br />

verificam-se interacções entre os diferentes momentos do percurso,<br />

possibilitando o aprofundamento ou melhoramento do conteúdo de uma dada<br />

etapa como resultado <strong>dos</strong> processos que se desenvolvem em etapas que, em<br />

termos espaço-temporais, a seguem (1995: 13).<br />

Assim, mais uma vez começámos por trabalhar com base num conjunto<br />

mais ou menos reduzido de conhecimentos teóricos, pouco articula<strong>dos</strong>, se não<br />

mesmo meramente justapostos, aliado a uma forte <strong>dos</strong>e de intuição, crenças de<br />

senso comum e vontade clara em relação à direcção que queríamos tomar,<br />

construindo um processo investigativo que seria posterior e sucessivamente<br />

revisitado e criticado à medida que íamos aprofundando leituras, contactando<br />

com outros projectos e investigadores, analisando os da<strong>dos</strong> que tínhamos<br />

recolhido e constatando forças e fragilidades do processo pelo qual os tínhamos<br />

obtido. Afinal, reflection on revelations from the field does also involve the critical<br />

analysis of methodology, the contesting and building of theory and the anchoring of<br />

meaning making in theoretical frameworks (Edwards, 2002: 166).<br />

De facto, toda uma primeira fase de desenvolvimento deste projecto,<br />

incluindo a ida para o terreno, assentou em algo semelhante ao que Bachelard (in<br />

Migne, 1994: 103/4) chama de “conhecimento comum”, caracterizado por uma<br />

insuficiente consciência das causas e relações entre os factos e os conceitos,<br />

toma<strong>dos</strong> como da<strong>dos</strong> adquiri<strong>dos</strong>, sobretudo a partir das leituras efectuadas, e por<br />

uma focalização excessiva na necessidade de provar a utilidade do objecto do<br />

conhecimento, como podemos verificar na quase obsessão que nos dominou<br />

durante algum tempo em “operacionalizar” o conceito de <strong>Intercompreensão</strong> e de

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