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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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está intimamente ligado ao facto de o reconhecimento da “face gráfica” 21 das<br />

palavras poder não corresponder a um conhecimento da sua face significativa<br />

(Cunha & Cintra, 1991: 75), ou seja, do seu conteúdo, do seu significado (cf.<br />

ocorrências nºs 15, 25 e 28 supra-citadas ou mencionadas).<br />

Os exemplos até aqui apresenta<strong>dos</strong> referem-se apenas a vocábulos que<br />

eram, à partida, conheci<strong>dos</strong> das aprendentes, alguns <strong>dos</strong> quais nem sequer<br />

estavam presentes nos textos forneci<strong>dos</strong>. Por isso, se tivermos em conta a<br />

identificação e tradução de muitos outros ao longo da resolução das actividades,<br />

com base nas transparências detectadas ou em conhecimentos partilha<strong>dos</strong> (cf.<br />

Apêndice I.3 – nº20), podemos considerar que este conhecimento (ou<br />

reconhecimento) lexical é bem mais alargado do que estes poucos exemplos dão<br />

conta e proporciona às alunas, assim, uma mais ou menos tímida aproximação à<br />

competência semântica tal como é apresentada no QECR (2001).<br />

Olhar e relevar as ocorrências de expressão de conhecimentos lexicais<br />

permite-nos, ainda, constatar como, com a implementação do PP, se criaram, na<br />

aula, espaços que permitiram às alunas verbalizar e partilhar estes conhecimentos,<br />

eventualmente reflectindo um pouco mais sobre eles do que se tais ocorrências<br />

tivessem (como certamente terão) tido lugar num ambiente informal de conversa<br />

extra-aula, fruto da necessidade de usar esse conhecimento como ponto de apoio<br />

para a resolução de uma tarefa concreta. Esta oportunidade de verbalização e<br />

partilha será tão mais importante quanto contribua para uma consciencialização,<br />

por parte <strong>dos</strong> sujeitos, da realidade de possuirem alguns conhecimentos, mesmo<br />

que muito incipientes, num domínio tão fundamental para a compreensão e<br />

<strong>aprendizagem</strong> de uma língua como seja o do vocabulário (cf. Bogaards & Laufer,<br />

2004), potenciando o reconhecimento de que não é só em ambiente formal e<br />

escolar, orientado por alguém que se considera expert na língua, que se pode<br />

adquirir este tipo de conhecimento, mas que ele está disponível para essa<br />

aquisição a partir de situações de contacto informais, desde que o sujeito esteja<br />

21 Adaptação nossa da noção de face sonora apresentada em Cunha & Cintra, 1991.<br />

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