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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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consideração de certas línguas como esquisitas e outras como normais –<br />

fundamento(s) desta “classificação”.<br />

As entrevistas foram realizadas em dois dias, em horários previamente<br />

acorda<strong>dos</strong> com as alunas e correspondentes a tempos livres nos seus horários.<br />

Foram objecto de gravação áudio e, posteriormente, transcritas na íntegra.<br />

A definição prévia de cerca de dez questões para cada sujeito pode<br />

aparentar alguma rigidez de estruturação; porém, a leitura das transcrições<br />

permitirá verificar que, na realidade, sempre que a oportunidade se apresentou,<br />

procurou-se explorar aspectos complementares, decorrentes de enuncia<strong>dos</strong><br />

emiti<strong>dos</strong> pelas entrevistadas, justificando, assim, a classificação desta entrevista<br />

como semi-estruturada (Pardal & Correia, 2000: 64). Por outro lado, a formulação<br />

escrita das questões nem sempre correspondeu à sua formulação oral, onde foi<br />

adoptado um discurso um pouco mais informal (na linha do adoptado pelo<br />

docente, e, consequentemente, da relação que fomos desenvolvendo com as<br />

alunas) e onde por vezes, face a reacções ou expressões faciais de incompreensão<br />

das entrevistadas, se introduziram elementos explicitadores ou comentários que<br />

tornassem o conteúdo da questão mais claro.<br />

A leitura da transcrição das entrevistas permite, ainda, constatar a<br />

existência de alguma fragilidade, por parte da investigadora, na realização deste<br />

tipo de inquérito, em relação ao qual não tinha, de facto, qualquer experiência<br />

prática, condição geralmente apontada como essencial para que uma entrevista<br />

possa ser completamente bem conseguida (Pardal & Correia, 1998: 66). A maioria<br />

das situações de fragilidade decorreram, a nosso ver, não só desta inexperiência,<br />

mas também da ambiguidade do papel de investigadora/formadora que<br />

voluntariamente assumimos em todo este processo e com a qual nem sempre<br />

soubemos lidar. Nesta entrevista, este aspecto concretizou-se em alguns<br />

momentos de hesitação quanto à directividade da postura a assumir por nós,<br />

enquanto entrevistadora (Cohen et al.: 2003: 280), deixando, assim, espaços e<br />

questões em aberto que, posteriormente, concluímos que teria sido mais<br />

proveitoso completar, como nos exemplos seguintes:<br />

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