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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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às línguas da mesma família? É certo que a proximidade tipológica entre línguas,<br />

como vimos no capítulo anterior, pode potenciar a <strong>Intercompreensão</strong>, tanto como<br />

estratégia de comunicação, como em relação à <strong>aprendizagem</strong> de uma língua<br />

aparentada. Mas não será possível, dadas as relações que têm ligado, ao longo da<br />

História e ainda no presente, as diversas línguas, nomeadamente indo-europeias,<br />

ultrapassar as fronteiras da família linguística? Pensamos ser este, também, o<br />

entendimento de Blanche-Benveniste quando afirma que:<br />

524<br />

La méthode de l’intercompréhension permet aussi de sortir de sa famille<br />

linguistique, à la condition d’avoir une clef, c’est-à-dire qu’elle peut s’appliquer<br />

à la compréhension de l’allemand et du néerlandais à partir de l’anglais (2006:<br />

11).<br />

Esta postura terá, aliás, sido um <strong>dos</strong> catalisadores do projecto ILTE; foi-o,<br />

certamente, do nosso PP.<br />

Levantámos várias questões a propósito das vantagens apresentadas:<br />

muitas deixámos em aberto; a outras procurámos responder. Mas não se tome este<br />

nosso questionamento por mera afirmação de um pensamento divergente ou<br />

recusa dessas vantagens! É que, cremos, as respostas só surgirão em cada situação<br />

de interacção, face às características desta e <strong>dos</strong> sujeitos envolvi<strong>dos</strong>, ao modo<br />

como se desenrola, e, por isso, também só aí as respostas, quaisquer que sejam, se<br />

revestirão de critérios efectivos de validade 13 .<br />

Já não como vantagem, mas como característica deste método, surge, em<br />

North (2006b: 7; também em Gajo, 2006), o facto de ele se constituir como uma<br />

pedagogia convergente, na medida em que se apoia sobre os elementos comuns às<br />

duas línguas em questão, a língua de que o sujeito parte (geralmente a LM) e a<br />

língua que quer compreender, para progressivamente ir tomando em<br />

consideração as diferenças e, assim, se chegar à compreensão da língua do outro.<br />

13 Cf.: ce que nous appelons intercompréhension repose sur cette co-création de l’interaction et essentiellement de son<br />

contexte qui permet de définir la situation globale et les significations locales de l’action collective à laquelle se livrent les<br />

partenaires. Cette élaboration se fonde sur le travail d’inférence et correspond à ce que Gumperz (1982, 1992) a appelé<br />

«contextualization» (Vasseur, 2005: 156).

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