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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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E porque, nesta Parte, o objecto central da nossa reflexão são os da<strong>dos</strong><br />

recolhi<strong>dos</strong> e a construção de um quadro conceptual que nos permita analisá-los<br />

global e coerentemente, o percurso de aprofundamento teórico <strong>dos</strong> conceitos-<br />

-chave do nosso trabalho só marginalmente será abordado, e só na medida em que<br />

servir para clarificar o caminho de análise adoptado. Como ficou dito<br />

anteriormente, a Parte III desta tese será o momento por excelência de cruzar os<br />

resulta<strong>dos</strong> da análise com o constructo teórico incipientemente delineado,<br />

concretizando-se, assim, o objectivo de nos apoiarmos nos da<strong>dos</strong> do terreno para<br />

consolidar a teoria.<br />

Também por isto, no que respeita a estes primeiros ensaios de análise, é<br />

notório o facto de, neles, termos procedido a pouco aprofundamento teórico de<br />

outros conceitos, para além do de <strong>Intercompreensão</strong>. Ou seja, na procura de sentido<br />

para os da<strong>dos</strong> que íamos recolhendo, na busca de um fio condutor que nos<br />

permitisse olhar para eles de forma coerente e significativa, e tendo sempre<br />

presente a quantidade e variedade de conceitos que tínhamos visto serem<br />

associa<strong>dos</strong> ao de <strong>Intercompreensão</strong>, preocupámo-nos, sobretudo, nessas fases<br />

mais remotas, em encontrar por nós próprias pistas de leitura e ocorrências dignas<br />

de registo, deixámos que “os da<strong>dos</strong> contassem a sua própria história” e fomos<br />

tentando extrair dela algum significado que nos auxiliasse na compreensão do<br />

conceito que elegêramos como chave para o nosso trabalho, procurando organizar<br />

a relação entre o que ia ocorrendo na sala de aula e o nosso próprio constructo<br />

teórico em torno da <strong>Intercompreensão</strong> e da Competência Plurilingue. Reforçava-<br />

se, assim, a nossa incursão nos paradigmas interpretativos, nos quais a análise<br />

está longe de se confundir com a operação de decomposição simplificadora do<br />

todo, defendida pela abordagem analítica tradicional. […] muitos autores<br />

preferem falar da arte do analista, e não da sua técnica. Referem-se à intuição,<br />

experiência, criatividade, imaginação, olfato de detective, ingenuidade,<br />

sensibilidade teórica, pensamento divergente, talento artístico… como<br />

qualidades a possuir pelo investigador para, do visível, extrair o invisível,<br />

conceptualizando-o em seguida (Tesch, 1990) (Rodrigues, 2001: 65/66).<br />

Apesar do seu carácter empírico, a apresentação destas primeiras<br />

constatações parece-nos, contudo, fundamental, no contexto da metodologia de

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