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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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língua, sem que seja especificado a que tipo de trabalho ou actividade<br />

pretendíamos aludir, se, por um lado, poderá ter sido responsável por uma<br />

eventual imprecisão, no momento inicial, na forma como as alunas responderam,<br />

permitiu-nos, por outro lado, perceber que aspecto do trabalho proposto pelo PP<br />

foi considerado, por cada uma delas, como o elemento caracterizador da proposta<br />

apresentada, o mais relevante ou o que maior impacte teve junto das aprendentes.<br />

Assim, verificamos que I e Cr (ocorrências acima citadas) parecem referir-se à<br />

introdução de línguas diferentes da língua objecto da disciplina, motivo pelo qual,<br />

pensamos, ressalvam que a pertinência desse trabalho dependerá do grau de<br />

proximidade ou de relação entre as “novas” línguas e a língua da disciplina, e a<br />

consequente possibilidade de se encontrarem transparências e realizarem<br />

transferências que, inferimos, beneficiem a <strong>aprendizagem</strong> desta última. Já a aluna<br />

C (Apêndice III.1 – nº57) parece referir-se concretamente ao recurso à comparação<br />

interlinguística, que considera possível e útil. CI (Apêndice III.1 – nº59), por sua<br />

vez, valoriza a oportunidade de conhecer um maior número de línguas. A aluna<br />

CS (Apêndice III.1 – nº66) apresenta uma curiosa postura de separação entre as<br />

línguas que se aprendem com base na tradução (como o Latim?) ou as disciplinas<br />

que a tomam como objecto central (Técnicas de Tradução), áreas em que o<br />

trabalho do PP aparentemente faz sentido (veja-se a questão da centralidade<br />

assumida pelo processo de tradução, no Capítulo 6.1.1), e as línguas que se<br />

aprendem sobretudo para aprender a falar (presumimos que seja o caso do Inglês<br />

e do Francês). A curiosidade que esta resposta nos suscita não se refere ao facto de<br />

o Latim não ser uma língua estudada tendo como objectivo a expressão oral – este<br />

é um facto inegável; o que nos surpreende é a aparente sobrevalorização desta<br />

componente de expressão oral na <strong>aprendizagem</strong> das línguas modernas, indiciando<br />

algum desinvestimento, ao longo da prática escola, na dimensão da compreensão.<br />

Esta nossa interpretação talvez seja um pouco radical, mas recorde-se que já<br />

anteriormente, a propósito da tradução, tínhamos tido indícios desta prática (cf.<br />

“Para reflexão!” do Capítulo 6.1.1, p. 297).<br />

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