16.04.2013 Views

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

sur l’intercompréhension entre langues apparentées, concebendo-se, desta forma, um<br />

curso de línguas que permita a <strong>aprendizagem</strong> (inicialmente a um nível apenas<br />

recptivo) de várias línguas de uma mesma família. A proposta é arrojada, e este<br />

seria certamente um meio favorável a uma utilização mais alargada, efectiva e,<br />

sobretudo, reflectida <strong>dos</strong> diferentes materiais pedagógico-didácticos que têm<br />

vindo a ser produzi<strong>dos</strong> no âmbito <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> intercompreensivos. Também<br />

Doyé (2005) defende estes méto<strong>dos</strong> que, segundo ele, assentam em teorias sólidas<br />

e têm boas perspectivas de atingirem os objectivos visa<strong>dos</strong>, desde que sejam bem<br />

organiza<strong>dos</strong> e disponham de méto<strong>dos</strong> específicos, uma vez que le but recherché<br />

étant différent, les nouvelles méthodes devront s’écarter considérablement de celles<br />

employées traditionnellement dans l’enseignement des langues (p.13).<br />

548<br />

É nossa convicção, porém, que nem só os espaços propostos por Janin (a<br />

existirem) serão espaços privilegia<strong>dos</strong> para o desenvolvimento desta competência<br />

plural que é a Competência Plurilingue; acreditamos também que não será<br />

condição sine qua non para o desenvolvimento de méto<strong>dos</strong> intercompreensivos o<br />

“afastamento considerável” defendido por Doyé: a aula de língua, mesmo no seu<br />

formato mais tradicional, poderá ser (ligeira ou profundamente) reconfigurada de<br />

modo a ter mais presente estes objectivos formativos. Só assim concretizaremos o<br />

cenário proposto por Coste (1998): o de uma escola que assuma desenvolver nos<br />

aprendentes um conhecimento activo e reflexivo de diversas línguas e culturas<br />

estrangeiras, de modo a prepará-los para viver e trabalhar num mundo cada vez<br />

mais marcado pelas circulações e trajectórias internacionais, pelos contactos entre<br />

línguas e culturas. Estaremos, assim, no caminho para o desenvolvimento de uma<br />

“nova” literacia, uma literacia plurilingue (Melo & <strong>Santos</strong>, 2007) que transforme<br />

cidadãos alfabetiza<strong>dos</strong> em duas ou três línguas em cidadãos “letra<strong>dos</strong>” (cf. Soares,<br />

2000) no plurilinguismo, porque, por um lado, são capazes de activar a sua CP nos<br />

domínios em que, social ou individualmente, são chama<strong>dos</strong> a desempenhar papéis<br />

e funções que a requeiram e, por outro, estão conscientes em relação ao poder das<br />

línguas e da linguagem e dota<strong>dos</strong> do espírito crítico e autonomia necessários para,<br />

se assim o desejarem, não só se conformarem, mas também alterarem a realidade.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!