16.04.2013 Views

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

7.1 O Projecto Plurilingue e a prática escolar<br />

Ao concebermos o PP, estávamos convictas de que esta proposta se revestia<br />

de grande novidade face ao que seria a prática de ensino-<strong>aprendizagem</strong> no<br />

contexto escolar português de <strong>aprendizagem</strong> de línguas. Concluído o<br />

desenvolvimento do Projecto parece-nos, pois, pertinente que comecemos por<br />

verificar em que é que ele diferiu, efectivamente, ou eventualmente se aproximou,<br />

da prática escolar que as nossas aprendentes tinham, até então, conhecido. Para<br />

este trabalho socorremo-nos, essencialmente, do discurso das próprias alunas.<br />

Mencionámos já no Capítulo 6, a propósito da resposta à questão “Eu<br />

perante a LE: o que faço?”, as estratégias de ensino-<strong>aprendizagem</strong> utilizadas pelos<br />

docentes que as nossas alunas consideravam como sendo as mais eficazes. Se<br />

recordarmos as respostas apresentadas (Apêndice III.1 – nº3), podemos constatar a<br />

prevalência do gosto por um contacto mais directo com diversas realizações da<br />

língua, para além da mediação estabelecida, entre os alunos e a língua-alvo, pelos<br />

desempenhos linguístico-comunicativos do professor. Este é um factor<br />

potenciador da <strong>aprendizagem</strong> que encontrámos, igualmente, no âmbito do PP (cf.<br />

Capítulo 5.1). A língua como objecto real, ou melhor, como organismo vivo,<br />

partilhado e partilhável e, por isto, mutável, parece passível de suscitar maior<br />

interesse e promover uma maior motivação para a <strong>aprendizagem</strong> de línguas do<br />

que o “retalho” mais ou menos asséptico, por vezes até fabricado, com que tantas<br />

vezes os sujeitos foram e, por ventura, ainda são confronta<strong>dos</strong> dentro da sala de<br />

aula. Esta será, a nosso ver, uma boa justificação para que a aula de língua se abra<br />

para o que pode vir de fora do contexto restrito da sala de aula, sejam os<br />

chama<strong>dos</strong> “documentos autênticos”, sejam as experiências diversas vividas pelos<br />

sujeitos, sejam, inclusivamente, as outras línguas que existem no mundo mas que,<br />

por motivos diversos, não são objecto de ensino-<strong>aprendizagem</strong> num determinado<br />

contexto escolar – porque as línguas não “vivem” nem evoluem sozinhas, de<br />

costas voltadas umas para as outras; porque os sujeitos que lhes dão vida não<br />

vivem eles próprios isola<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> falantes de outros idiomas; porque, enfim, no<br />

“mundo real” as línguas fazem parte de uma composição cultural, social,<br />

401

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!