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Maria Leonor Simões dos Santos Intercompreensão, aprendizagem ...

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502<br />

A concretização destes objectivos poderá passar pela implementação de<br />

abordagens de contornos semelhantes às do Projecto Plurilingue por nós proposto<br />

(cf. “Do Projecto Plurilingue”, no capítulo das Considerações Finais), através das<br />

quais se chame a atenção, em primeiro lugar, para os aspectos comuns que nos<br />

aproximam do Outro, e nomeadamente da sua língua, para as ressemblances, qui<br />

fondant notre humanité commune et permettent la tolérance muttuele, et ne considérer<br />

qu’ensuite les éventuelles différences, sans les nier, mais sans les graver dans le marbre de<br />

nos préjugés (Frath, 2005: 71). Chamando a atenção para o que é semelhante,<br />

alertamos para a possibilidade de se recorrer ao que somos e sabemos para lidar<br />

com a língua do Outro; colocando em evidência esta possibilidade, ajudamos os<br />

sujeitos-aprendentes a sentirem-se mais auto-confiantes na relação com a<br />

Alteridade – ainda que partindo do campo mais “restrito” da relação com línguas<br />

diferentes da sua LM ou L1; sujeitos auto-confiantes, seguros de si e das suas<br />

capacidades, sentir-se-ão menos ameaça<strong>dos</strong> pelo que é Diferente, reconhecerão a<br />

Diversidade em si próprios e nos outros (pois sabem que foram as experiências<br />

vividas por cada um, pessoais, únicas e intransmissíveis, que definiram os<br />

contornos da sua identidade e das suas competências), serão mais capazes de a<br />

aceitar, de com ela interagir positiva e pacificamente.<br />

Uma educação em línguas, em termos mais globais, ou um conjunto de<br />

aulas de língua, em particular, que assumam o Plurilinguismo como objectivo de<br />

formação, constituirão espaços privilegia<strong>dos</strong> para o desenvolvimento de sujeitos<br />

conscientes, críticos e autónomos. Mas para que tal aconteça, é fundamental que os<br />

actores no terreno, em particular os professores, que são quem gere os currículos,<br />

estejam abertos a este novo objectivo. Da mesma forma que, segundo Calvet<br />

(2000), las lenguas evolucionam sin cesar (…) su porvenir depende de las prácticas de los<br />

hablantes, más que de las decisiones de los planificadores, a construção de uma<br />

Didáctica do Plurilinguismo e o desenvolvimento da CP dependem da vontade,<br />

consciencialização e práticas <strong>dos</strong> actores no terreno educativo, mais do que das<br />

decisões <strong>dos</strong> responsáveis pelas políticas linguística e educativa (embora estas<br />

constituam um enquadramento fundacional para a acção daqueles).

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