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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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amplamente divulgado pelos serviços de propaganda imperiais em convites dirigidos a<br />

acadêmicos e cientistas estrangeiros de renome, os visitantes intelectuais brasileiros<br />

encontraram um modelo de progresso no campo da ciência. Eles impressionaram-se com a<br />

expansão militar e com as estruturas do poder autoritário. Esses viajantes observaram que<br />

outro benefício que obteria o Brasil, se chegasse a se parecer com o Japão, seria o de poder<br />

atingir a modernização e encaminhar-se, sob a direção do Estado, para o futuro sem ter que<br />

renunciar aos aspectos culturais tradicionais da identidade indígena e africana e às<br />

disposições sociais conservadoras. As representações das narrativas dos viajantes<br />

brasileiros, apesar de estarem alicerçadas no ponto de vista autoconfiante da superioridade,<br />

pois eles se achavam depositários do europeísmo cristão, põem de manifesto a vontade de<br />

imitação dos produtos culturais e das inovações tecnológicas conseguidas pelo Japão. Elas<br />

poderiam fornecer soluções para a melhoria da sociedade brasileira e, assim, favorecer a<br />

posição do Brasil no concerto das nações.<br />

A narração do não-imigrante: Jiménez de Asúa no Brasil<br />

Em 1928, um jurista espanhol, Luis Jiménez de Asúa, publicou em Madri um livro<br />

com as suas impressões de viagem ao Brasil, intitulado Un viaje al Brasil (Jiménez, 1928),<br />

previamente recolhidas em um “cuaderno peregrino”. A obra é uma combinação entre o<br />

livro de viagens e o ensaio acadêmico. O autor assinou o Prólogo em San Rafael aos 9 de<br />

julho de 1928 e dedicou o livro aos seus amigos Eudoro Cisneros – advogado argentino – e<br />

Luciano Salmona – “viajero cosmopolita” –, que viajaram com ele ao Brasil. A publicação<br />

de Un viaje al Brasil foi justificada pelo seu autor por dois motivos. Por um lado, pela<br />

vontade de divulgar na Espanha a análise que o autor desenvolvera sobre o Direito Penal<br />

brasileiro. Por outro, para esclarecer algumas declarações, mal recebidas no Brasil 76 , que o<br />

autor fizera à imprensa espanhola no seu regresso:<br />

76 No Cap. V Jiménez de Asúa especifica a quais matérias jornalísticas ele aludia. Menciona uma entrevista<br />

que lhe fizera Javier Fernández Mata e que, aos 14 de outubro de 1927, publicara El Heraldo de Madrid com<br />

o título El Brasil tal como lo ha visto un Profesor español, e uma outra que lhe fez Francisco Ayala e que<br />

publicou, aos 15 de outubro de 1927, La Gaceta Literaria com o título Los Raids Literarios. Brasil, ida y<br />

vuelta. Devido à polêmica recepção que puderam ter essas entrevistas, especifica perante os seus possíveis<br />

novos leitores brasileiros: “Permitidme, señores brasileños, que explaye mi criterio íntimo, y no os precipitéis<br />

en demasía a enmendar supuestos yerros de mi parte. Hasta mí han llegado confusas noticias de que no fueron<br />

de vuestro agrado las parcas censuras, apenas perceptibles entre frases de gratitud y encomio, que dirigí a la<br />

cultura jurídica de vuestro pueblo. Parece que me achacáis además inexactitudes en el aprecio hecho de<br />

vuestra pintura y de vuestra poesía. No olvidéis que esas impresiones fueron captadas por periodistas en<br />

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