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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Bartolomé González Lorente 332 , fundou em 1964 a livraria Nós, da qual surgiria em 1966 a<br />

editora Galiza Ceibe, em que se publicou em português do Brasil uma antologia de poemas<br />

de Rosalia de Castro 333 . Afastado da luta armada, Velo age em São Paulo como militante<br />

galeguista, mas age sem o respaldo de massas de espanhóis residentes nesse estado. Não<br />

havia na cidade de São Paulo uma intelligentsia formada por intelectuais espanhóis<br />

exilados. De fato, eram Velo e os comandos do DRIL os únicos asilados da Espanha. Além<br />

disso, na única associação progressista e republicana de imigrantes espanhóis na cidade – o<br />

Centro Gallego-Centro Democrático Espanhol – nem houvera nem havia um grupo<br />

galeguista. Embora nela alguns associados declarassem-se anarquistas, o principal grupo,<br />

quantitativa e qualitativamente, de imigrantes engajados estava adscrito ao PCE, um partido<br />

cuja interpretação da filosofia marxista Velo não compartilhava, pois Velo não era<br />

comunista 334 . Assim, e devido à sua produção poética e aos seus ensaios terem<br />

Andión, no n. 162 de Grial (abr./ jun. 2004), sob o título Bitácoras do DRIL (Carta de Xosé Velo a Xosé<br />

Fernández, Comandante Soutomaior; Duas cartas de Humberto Delgado; “Espranza”, poema de Xosé Velo).<br />

332 Bartolomé González Lorente nasceu em Almeria (1919), mas, muito jovem, assentou-se em Madri. Na sua<br />

juventude afiliou-se à UGT, participando na Guerra Civil na aeronáutica republicana. Foi o primeiro prefeito<br />

socialista de Móstoles (eleito em 1979 e reeleito em 1983) e foi deputado da Assembléia de Madri na primeira<br />

legislatura. Na década de 1960 exilara-se, junto à sua família, no Brasil. Em finais dessa década partiu para a<br />

França, deixando a Velo a sua parte da Livraria Nós.<br />

333 Antonio Piñeiro (2000: 168) faz uma cronologia, que a seguir reproduzimos, sobre as atividades de Velo<br />

no seu exílio em São Paulo: “1962. Na compaña de Víctor, que tambén participara no secuestro, traslada a súa<br />

residencia a São Paulo; 1964. Abre en São Paulo a librería Nós, na compaña doutro exiliado político español,<br />

Bartolomé González Llorente; 1966. A librería evoluciona cara a unha editorial que levaría o mesmo nome e<br />

que é identificada ademais co epígrafe ‘Publicacións Galicia Ceibe”, na que pretende editar toda a obra<br />

literaria realizada ó longo de tantos anos de loita e coa que tan só publica unha traducción ó brasileiro dunha<br />

escolla dos versos de Rosalía de Castro, feita pola escritora daquel país, Eclea Bosi. Obras como Muera<br />

España. Viva Hespaña ou A rebelión dos sinais, ademais dunha ampla e moi fructífera obra poética solta,<br />

quedarían finalmente inéditas; 1968. Colabora en distintas revistas literarias da colectividade espanhola no<br />

Brasil e reafirma unha etapa de reconto, na que non esquece incluso algúns contactos con grupos aínda<br />

operativos da resistencia antifranquista; 1971. Funda e dirixe a revista literaria Paraíso 7 días, da que tan só<br />

saíron publicados cinco exemplares mensuais. No mes de outubro, ferido xa de morte por un cancro<br />

pulmonar, escribe o derradeiro poema ‘Espranza’. 1972. O 31 de xaneiro falece no hospital Oswaldo Cruz de<br />

São Paulo, sendo soterrado ó día seguinte baixo a bandeira galega, no camposanto de Morumbi daquela<br />

cidade brasileiea”. Ora, não é possível concordar com algumas dessas enunciações. Assim, não é certo que<br />

Velo tenha publicado “en distintas revistas literarias da colectividade espanhola no Brasil”, pois essa<br />

coletividade nunca fundou, em todo o séc. XX, um periódico desse gênero. A exceção será a efêmera revista<br />

de Velo, a qual, por sua vez, não era uma empresa de um coletivo espanhol, senão um empreendimento<br />

particular de Velo, encerrado ao se agravar a sua doença. Também não se pode aceitar a asseveração de que<br />

Velo mantivesse “algúns contactos con grupos aínda operativos da resistencia antifranquista”, pois, em todo o<br />

Brasil, a partir da década de 1950, o único grupo antifranquista foi o paulistano Centro Galego-Centro<br />

Democrático espanhol, vinculado ao PCE e com escassa presença de galegos, estes reunidos, na cidade de São<br />

Paulo, no apolítico Casa de Galícia-Hogar Español.<br />

334 Victor Velo salienta, na entrevista concedida em 21 de maio de 2003, que, nos meses seguintes à entrega<br />

do Santa Maria à Armada do Brasil, as mais insidiosas desqualificações contra o DRIL partiram do PCE, cujo<br />

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