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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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evitada a deflagração que poderia ter acontecido pela invasão italiana de Abissínia, e caso<br />

não se produzisse uma internacionalização na guerra da Espanha, acabada esta, um conflito<br />

bélico generalizado acabaria estourando, do qual uma prova era a superprodução de<br />

armamento e a militarização da sociedade. Na situação radicalizada em que se encontrava a<br />

Europa havia, para Soares, dois extremos, ambos comunistas e em ambos estar-se-iam<br />

tolhendo as liberdades. Um deles era o da Espanha e o da Rússia; o outro era o do<br />

“comunismo branco” da Alemanha e da Itália, no qual se estava, após haver sido eliminada<br />

a liberdade, “asfixiando o povo com impostos, fazendo da nação um exército em armas”,<br />

mas neles, pelo menos, havia ordem e ainda se podia apreciar a grandeza de Deus. A partir<br />

do seu exame da situação européia, Soares faz a seguinte aplicação ao Brasil. Ele considera<br />

que a neutralidade não é possível e que se terá que escolher a aproximação a um bloco para<br />

que o país não seja absorvido pelo outro. Nesse sentido, expõe que o melhor para o Brasil é<br />

a via do nazi-fascismo, pois o outro bloco, o dos anarquistas e comunistas, é o bloco do<br />

desgoverno e da destruição:<br />

Seja como for, a Europa está atingindo a encruzilhada, e nós, no Brasil, também havemos de chegar a<br />

ela. Não há mais que hesitar. Ou a força, com a ordem, ou a violência, com o caos. O liberalismo e a<br />

democracia morreram em Versalhes. Só há que escolher, nesta Europa estraçalhada e ensangüentada,<br />

entre o fascismo e o comunismo. Eu sei que não se oferecem ainda ao nosso país as pontas deste<br />

dilema, mas lá chegaremos, para bem ou para mal da nossa terra e da nossa gente.<br />

[...] De todas as ruínas acumuladas ergueu-se o nacionalismo, de fascio ou de cruz gamada. Esse<br />

nacionalismo, ou toma aspetos cristãos, como o da Itália e o de Portugal, como o do nosso querido<br />

Brasil, e erguer-se-á então a possibilidade de uma convalescença, ainda que longa, ou degenerará em<br />

paganismo puro, como se verifica na Alemanha, e o homem remontará à idade-de-pedra. Os bárbaros<br />

descerão uma vez mais das regiões frias do norte, catando loas ao Deus Vatum.<br />

A Espanha conheceu essas invasões dos alanos e visigodos, de cambulhada com a parentela toda.<br />

São da mesma estirpe os de hoje. Tomemos nós posições de defesa contra as novas hordas do<br />

Báltico, que se preparam para assaltar o patrimônio da civilização cristã, de que ainda nos<br />

orgulhamos e com a qual nos sentimos felizes (Soares d’Azevedo, 1936: 179-81).<br />

Soares encerra Espanha em sangue... relatando a sua chegada no Urânia a Gênova,<br />

junto aos prófugos de quase 40 nacionalidades. A Gênova, onde o recebem representantes<br />

do Consulado do Brasil, ele chega doente, e após ser examinado, um médico prescreve-lhe<br />

15 dias de repouso absoluto e de medicação em casa de saúde, o qual o obriga a se afastar<br />

das suas atividades como forçado correspondente de guerra. Ele escreve que, apesar da sua<br />

internação, o seu mergulho na Guerra Civil espanhola impedia-o se distanciar do evoluir<br />

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