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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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enfrentar esse associação foi a sua cisão, em agosto de 1937, no Centro Republicano<br />

Espanhol de Santos, fechado em novembro do mesmo ano pela polícia por ser considerado<br />

um foco de atividades comunistas. Em novembro de 1937 foi expulso do Brasil, sob a<br />

acusação de ser um “perigoso comunista” o cônsul espanhol em Santos, o galego Andrés<br />

Rodríguez Barbeito. Ela fora um dos fundadores do Centro Republicano e colaborava na<br />

Gaceta Hispana, periódico favorável à causa republicana espanhola cujo redator era<br />

Pascual Núñez Arca, acima mencionado, sócio do Centro Republicano.<br />

A monografia acima apontada intitula-se Os espanhóis. Está dedicada ao estudo da<br />

comunidade espanhola na cidade de Sorocaba. O seu autor é Sérgio Coelho de Oliveira<br />

(2002), um jornalista aposentado a quem chamara a atenção a sentença de que não houve na<br />

capital nem nas cidades do interior do Estado de São Paulo bairros segregados tipicamente<br />

espanhóis. Essa asseveração de Klein (1994) e González (2000) é refutada por Sérgio<br />

Coelho de Oliveira com base no estudo que realizou no sorocabano território do Além<br />

Ponte – o bairro da espanholada –, onde o autor considera que ainda podem ser facilmente<br />

percebidos múltiplos traços da identidade dos imigrantes espanhóis que, após terem<br />

trabalhado nas fazendas do café, concentraram-se nessa localidade, especialmente nos<br />

Bairros Barcelona e Garrrido e na Vila Garcia. A obra de Oliveira, publicada com o apoio<br />

institucional da Prefeitura Municipal de Sorocaba através da Lei de Incentivo à Leitura,<br />

informa em sua introdução que a pesquisa não foi fruto de um prurido acadêmico, nem da<br />

vontade de incorporar o marginalizado imigrante espanhol às investigações obre a<br />

colonização de São Paulo, nem do interesse por resgatar a história de sua ascendência, pois<br />

ele não tinha raízes espanholas. O autor declara que a obra surgiu pelo interesse dele em<br />

manifestar a transcendência da presença dos espanhóis para a área metropolitana de<br />

Sorocaba, isto é, a saga dessa “brava gente, que cruzou os mares, de Gibraltar a Santos, da<br />

Espanha ao Brasil, peregrinou pelas fazendas de café e se radicou em Sorocaba, lavrando a<br />

terra e plantando a semente de uma nova família” (Oliveira, 2002; 12). Após mostrar os<br />

dados dos recenseamentos e das estatísticas de povoação da microrregião aplicáveis à<br />

cidade, comenta o autor (Oliveira, 2002: 49) que, na Sorocaba do séc. XXI, o 15% dos 500<br />

mil habitantes é constituído por imigrantes espanhóis e os seus descendentes. Desse<br />

contingente de imigrantes, o 90% procederia das províncias de Granada, Almeria e Múrcia.<br />

De fato, em toda a obra só aparece a referência a um galego, Henrique Neiro (Oliveira,<br />

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