26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

São Francisco, Casais vislumbra, porém, destinos turísticos para sujeitos, brasileiros e<br />

estrangeiros, que compartilhem o seu gosto e os seus interesses e que tenham as suas<br />

expectativas. Ele acredita que, devido ao clima saudável e à abundância da pesca e da caça,<br />

em Leopoldina tinha havido presença de turistas semelhantes a ele; para outros turistas que<br />

optem por esse destino chega, inclusive, a recomendar a pensão onde ele se hospedara e<br />

que retrata com ânimo publicitário:<br />

Domingo. Sol espléndido, abrasador. Moscas y mosquitos en plagas. Chiquillería. Algunos indios<br />

carajás; entre ellos Domingos, el cacicuelo.<br />

“Pensión Ideal”, pensión de Tulio, el de Goyaz. La casa da frente al río Araguaya.<br />

Buen chico este Tulio. No parece que haya sido chauffeur de taxi. Se desvive para que sus huéspedes<br />

queden satisfechos. La pensión, única en Leopoldina, está instalada en una casa modesta. No las hay<br />

mejores. Pero los dueños la hicieron todo lo confortable posible. Una salita, con muebles burgueses y<br />

retratos de familia aún más burgueses, anuncia lo que será el hospedaje. Íntimo, familiar, de buena<br />

camaradería, donde el turista puede pedir lo que quiere, seguro de ser complacido, si los recursos<br />

locales lo permiten.<br />

Los dormitorios – tres o cuatro – limpios, bien aireados, porque carecen de cielo raso. Cara al corral,<br />

el comedor y, más allá, la cocina, a cargo de Madame Tulio. En los chineros lucen, junto a la vajilla,<br />

barrigudos tarros de dulces caseros con que la patrona obsequia a sus huéspedes durante las animadas<br />

tertulias que siguen a las “pescarías” y a las “caçadas” (Casais, 1940: 198).<br />

Casais (1940: 199) também aconselha o que não se deve fazer: “Moraleja: turista<br />

amigo, incluye el aparato fotográfico en la lista de las tres (o trescientas) cosas no<br />

susceptibles de pasar a manos ajenas”. Esse conselho foi conseqüência de ele haver deixado<br />

a sua Leica a um rapaz que o acompanhava nas suas pescarias em canoa no Araguaia, a<br />

quem lhe caíra a câmera das mãos, embora depois pôde ser recuperada do leito do rio.<br />

Casais passou duas semanas pescando na confluência dos rios Araguaia e Vermelho e<br />

caçando nessa zona. Afirma que “Jamás en río alguno (no hecho en olvido el San<br />

Francisco) vi la abundancia de peces del Araguaya” e que, durante a sua estadia em<br />

Leopoldina, ele forçou a mudança da rotina alimentar da pensão ao impor o gosto pelo<br />

peixe. As críticas de Casais são desse tipo, veladas. Indiretamente, aponta a má alimentação<br />

em Leopoldina, onde se aproveitava pouco o peixe apesar da sua abundância e onde pouco<br />

se produzia e aonde poucas mercadorias chegavam, sendo caras quando chegavam, devido<br />

às dificuldades dos transportes e, indiretamente, à pouca demanda. Casais assinala,<br />

indiretamente, a indolência como traço característico da população ribeirinha, uma<br />

658

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!