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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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ignorantes e interesseiros, obcecados e, por conseguinte, alienados pela vontade de se<br />

enriquecerem.<br />

As funções de produção cultural escrita couberam especificamente a galegos não<br />

imigrantes. No capítulo quarto referimo-nos aos únicos galegos oficialmente asilados no<br />

Brasil, os comandos do DRIL, acolhidos pelo governo de Jânio Quadros. Seguimos a<br />

trajetória do chefe do Diretório, José Velo Mosquera, e indicamos que ele, a despeito da sua<br />

biografia de intelectual e de revolucionário galeguista, que liderara um dos centros de<br />

imigrantes galegos em Caracas e que tivera uma destacada atuação no Congresso da<br />

Emigração Galega que se celebrara em Buenos Aires em 1956, não se entrosou com a<br />

colônia de imigrantes galegos na cidade de São Paulo, cidade na qual residiu durante a<br />

década de 1960. Assim, as Poesias de Rosalia de Castro, a única obra saída da editora – a<br />

Editorial Nós, Publicações Galiza Ceibe – que ele fundara, foi destinada a leitores<br />

brasileiros, tratando-se de uma versão ao português prefaciada por intelectuais paulistas. A<br />

maioria dos imigrantes galegos de São Paulo, na assunção da sua categoria de mão-de-obra<br />

disciplinada, provavelmente acreditou não lhe ser conveniente a vinculação a um refugiado<br />

político no Brasil, perseguido na Espanha, seqüestrador de um transatlântico carregado de<br />

imigrantes, e, por sua vez, José Velo não insistiu na obtenção da simpatia deles.<br />

Havendo observado que os trabalhadores galegos nos estados de Minas Gerais,<br />

Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro não transgrediram a figura do imigrante ordeiro e<br />

aculturado, para eles traçada pelas autoridades brasileiras, estudamos a produção cultural<br />

escrita de cinco intelectuais, nascidos na Galiza, que residiram no Brasil. Estes foram<br />

Manuel Bernárdez, José Casais, Álvaro de Las Casas, Xosé María García Rodríguez e José<br />

Luis Casas, tomando em consideração que só José Casais e Álvaro de Las Casas<br />

publicaram no Brasil as obras que analisamos.<br />

Observamos que Manuel Bernárdez em El Brasil, su vida, su trabajo, su fututo,<br />

manifestou que tudo quanto conhecera do Brasil indicava um notório desenvolvimento<br />

econômico e social e que isso conduzia a um futuro promissor para o país. Ele não se<br />

referiu à sua origem galega e compartilhou o planejamento que as autoridades locais faziam<br />

para a fixação e a consecução da produtividade dos trabalhadores estrangeiros. José Casais,<br />

nas obras Un turista en el Brasil, Congonhas e Roteiro Balneário, assumiu o papel de um<br />

especialista na verificação, destinada a turistas brasileiros e estrangeiros, das atrações<br />

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