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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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treze anos e Rego Monteiro aos quatorze figurou no Salão dos Independentes de Paris; Otávio de<br />

Mendonça, em Belém, leciona cursos universitários com dezessete anos e possui uma erudição que<br />

nunca vi abaixo dos trinta ou trinta e cinco.<br />

Há aqui [em Aracajú] um garotinho de quatorze anos, Paulo Dantas, que já publicou um livro –<br />

Mentalidade Infantil – que muitos profissionais das Letras quereriam ter escrito. Em Maceió conheci<br />

a Ledo Ivo, que apenas conta treze e escreve habitualmente na imprensa contos e crônicas<br />

magníficas. Em Fortaleza convivi com Freitas Nobre, que tendo quinze anos, publicou uma obra<br />

sobre A revolução acreana que muitos historiadores se orgulhariam de ter assinado. Na Baía ouvi a<br />

Zoraide Aranha, que, com doze anos, declama no palco como gente grande. Direi ainda que,<br />

visitando livrarias, observei que noventa por cento dos compradores eram moços muito abaixo<br />

sempre dos vinte e cinco anos.<br />

Que belo porvir espera ao Brasil! Para acreditar nele, para convencer-se das possibilidades infindas<br />

deste povo, observem um homem de oitenta anos, outro de cinqüenta, outro de trinta, outro de<br />

quinze... Entre eles há abismos seculares. A fé, o patriotismo, o talento, a cultura das novas gerações<br />

garantem avanços que assombrarão o mundo<br />

O poeta Sindulfo Barreto Filho tem apenas dezoito anos e já publicou seu primeiro volume de versos:<br />

Frêmitos de minh’alma. Impressionou-me pelo seu extraordinário amor à Espanha, sendo tal o seu<br />

entusiasmo pelo meu país que estudou espanhol e, apenas com quatro meses, fala-o corretamente e<br />

escreve-o bem (Las Casas, 1939: 135-36).<br />

Na segunda, faz um breve retrato geral da colônia espanhola no Brasil:<br />

Devo dizer aos meus patrícios que no Brasil ama-se a Espanha com entusiasmo, com paixão, e isto<br />

comprovei por toda parte aonde fui. Dei-me com centenas de amigos que leram e possuem milhares<br />

de livros espanhóis e falam da nossa literatura, das nossas artes, dos nossos cientistas, com<br />

verdadeira emoção, com emoção que merece por parte da Espanha eterna e cordialíssima<br />

reciprocidade. Sabem meus compatriotas que, no mercado de livros estrangeiros no Brasil, nós<br />

ocupamos o primeiro lugar?<br />

E a colônia não é muito grande: 183 em Manaus, 1500 em Belém, 4 em S. Luiz do Maranhão, 8 em<br />

Fortaleza, 3 na Paraíba, menos de 200 em Recife, 1 em Maceió, 2 em Aracajú, pouco mais de 5.000<br />

em S. Salvador e menos de 4.000 no resto do Estado da Baía, 5 no Espírito Santo... Felizmente é uma<br />

colônia honesta, trabalhadora, ordeira e rica, e muito estimada. Galega na sua maior parte (quase<br />

todos os que encontrei de Pontevedra e Orense) aqui está radicada há mais de trinta anos. Conheci<br />

alguns patrícios beneméritos: David Novoa, o dr. Asensi, Pablo Novoa, Manuel Lira, Antoliano<br />

Cmabeses, o Padre Caballero e Francisco Gordon, em Manaus (duvido que se ache no mundo uma<br />

colônia espanhola tão digna como esta); Taboada em S. Luiz e o Padre Carlos Martinez, em Fortalez;<br />

Domingo Gutiérrez, Felix Ruiz Gil, Luís e Manuel Pérez e Gimercindo Dominguez, em Recife;<br />

Méndez García, Francisco Leon Santos, o Padre Azacarate e Frei Andréa, na Baía. Vidas retas e<br />

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