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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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fornece dados concretos sobre o labor de apreciação desenvolvido por Valera. Pinto do<br />

Carmo alude logo ao poeta andaluz Salvador de Rueda como um admirador do Brasil e<br />

como um intermediário com quem contaram alguns intelectuais brasileiros para a<br />

divulgação dos seus trabalhos na Espanha, além de como tradutor da poesia brasileira 408 .<br />

Como tradutores prosseguidores do labor iniciado por Rueda, Pinto do Carmo menciona a<br />

Francisco Villaespesa 409 e a Álvaro de Las Casas, “poeta, historiador e conferencista”. De<br />

408 Pinto do Carmo (1960: 54) menciona que Salvador Rueda permaneceu no Rio durante uma brevíssima<br />

escala do navio em que viajava. Apesar do escasso tempo de permanência do navio no porto, um simples<br />

acontecimento – a queda na água do seu chapéu – motivou a composição de um soneto em que, poetizando a<br />

ocorrência, alude-se ao Rio: “Mi sombrero español de ocho reflejos/ cayóse al mar, en raudo remolido:/ lo<br />

arrastró el hervoroso torbellino,/ y dando tumbos se perdió a lo lejos./ Miro a Río de Janeiro en lontananza/<br />

como el anuncio de algo milagroso/ y me acerco a su puerto portentoso/ luchando entre el temor y la<br />

esperanza./ Y al mirar el magnífico portento/ de naves, cumbres, bosques, firmamento/ y grandiosa y viril<br />

naturaleza,/ comprendo con un pasmo verdadero/ que el mismo Dios me arrebató el sombrero/ y descubrió de<br />

asombro mi cabeza”. Do labor de tradutor realizado por Salvador Rueda, Pinto do Carmo só menciona um<br />

poema traduzido, que seria um soneto de Sílvio Júlio incluído por Rueda no seu livro Cantando por ambos<br />

mundos.<br />

409 O poeta e dramaturgo parnasiano e simbolista Francisco Villaespesa (1877-1936) esteve no Brasil no final<br />

de um longo périplo pela América do Sul. Foi hóspede de honra do presidente Washington Luís; de Octavio<br />

Mangabeira recebeu o encargo de que traduzisse ao espanhol a obra de todos os poetas brasileiros. Foi<br />

contemplada uma Biblioteca Brasileña de oitenta volumes. A doença, entretanto, impediu-lhe completar esse<br />

labor, havendo-se só publicado três volumes. Conservou-se, no entanto, uma média de três poemas traduzidos<br />

de cada um de duzentos e cinqüenta e sete poetas brasileiros. Dos volumes publicados, o primeiro, dedicado a<br />

Castro Alves, intitulou-se El navío negrero y otros poemas; o segundo tomo continha versos de Ronald de<br />

Carvalho e intitulava-se Toda la América e o terceiro estava dedicado a Olavo Bilac. Embora se tenham<br />

conservado essas traduções, a maior parte do conteúdo do arquivo de Villespesa, com as obras e com os<br />

projetos de obras que compusera durante a sua estadia no Brasil, extraviou-se na sua viagem transatlântica de<br />

regresso a Espanha. Em 22.09.1977, nas celebrações do centenário de Villaespesa, o embaixador do Brasil na<br />

Espanha, Sérgio Armando Frazão, solicitou à Secretária do Estado a autorização para participar em uma coedição<br />

de uma antologia traduzida da poesia brasileira em que seriam incluídos cem poetas brasileiros<br />

representados por, no máximo, duas poesias traduzidas por Villaespesa 640-23 (B46) (F4). Federico<br />

Mendizábal, o organizador, e o autor do prólogo e das notas, dos dois volumes de Poesías Completas,<br />

publicados em Madri pela Aguilar em 1954, refere-se como se segue à doença de Villaespesa no Rio: “El<br />

Gobierno del Brasil encomienda, en los días postreros, a Villaespesa la traducción al castellano de todos los<br />

poetas brasileños. Mas, debido al exceso de trabajo y a la tensión de todas sus fibras, constante y enorme, cae<br />

Francisco Villaespesa, mortalmente herido por un fulminante ataque de hemiplejia, la mañana del 14 de mayo<br />

de 1931. Dicha hemiplejia le invade la mitad inferior del cuerpo (Notificado el Gobierno por un cablegrama<br />

de nuestro embajador en el Brasil, determinó subvencionar el viaje de repatriación del poeta, y tan pronto<br />

como su estado lo pudo permitir, embarcó Villaespesa en el vapor Argentina, con rumbo a sus cielos<br />

latinos...). Vuelve a España, que le recibe traído por su Gobierno, señalándole una pnsión vitalicia,<br />

rindiéndole públicos honores... [...] Y la Prensa del Brasil, en agosto de 1929, dice: La nación brasileña, en<br />

Francisco Villaespesa, no hace más que presentar al mayor poeta lírico de España. Villaespesa es un hombre<br />

de que España se enorgullece” (Villaespesa, 1954: LIV, CLII). Sobre os trabalhos de tradução realizados pelo<br />

poeta durante a estadia no Rio, Mendizábal (Villaespesa, 1954: CXCI-II) aponta os seguintes dados: “Nuestro<br />

excelso poeta concibió para ello la confección de una formidable antología, con notas biográficas previas de<br />

cada poeta, y entregóse por entero a la ingente labor. Tres tomos vieron la luz bajo el título de Biblioteca<br />

brasileña, que fueron editados en Madrid por Alejandro Pueyo (1930), siendo éstos: Sonetos y poemas, de<br />

Olavo Bilac; El navío negrero y otros poemas, de Castro Alves, y Toda la América, de Ronald de Carvalho. Y<br />

este libro marca la fecha dramática, fatal, en que Villaespesa sufre aquel ataque de hemiplejía que le abate<br />

fulminante. Tuvo que internarse a sometimiento clínico en el Sanatorio de San Sebastián, bajo la dirección del<br />

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