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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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imediatamente após a sua entrega, publicou a obra – a editora A Noite, do Rio de Janeiro –<br />

era uma das mais prestigiosas a meados da década de 1930 no então Distrito Federal, o qual<br />

demonstra tanto o seu interesse e a sua confiança no lançamento de um produto com essa<br />

temática, elaborado por quem era, nesse momento, um autor desconhecido no Brasil,<br />

quanto a efetividade da rede de relações com agentes do campo intelectual que possuía o<br />

autor.<br />

No início de Espanha (Gênese da revolução) faz-se relação de todas as obras<br />

publicadas de Las Casas. Estão classificadas em quatro seções; a primeira delas engloba a<br />

ficção em prosa e os ensaios do autor, a segunda leva o rótulo “Teatro”, a terceira e quarta<br />

são, respectivamente, “Conferências publicadas” e “Traduções”. No entanto, não se avisa<br />

de que todas elas foram impressas na Espanha, nem se menciona a editora nem o ano da<br />

publicação, nem se esclarece em que língua foram escritas; isto é, não se adverte aos<br />

leitores brasileiros de que todas essas obras eram o corpus de um autor estrangeiro e que<br />

eram de difícil aquisição no Brasil. Mencionam-se, além do mais, quatro obras que estariam<br />

“em preparação”; duas delas seriam reedições (Antología de la lírica gallega – 4ª edição, e<br />

Sulco e Vento – 3ª edição) e as outras duas seriam produtos novos (Marinheiros aflitos –<br />

três dramas de mar – e Bastian pelo mundo), mas nenhuma delas foi publicada no Brasil.<br />

Las Casas chegara ao Brasil no começo de janeiro de 1937, o qual indica que<br />

redigiu Espanha (Gênese da revolução) em apenas dois meses, sem, de fiarmo-nos da sua<br />

declaração, auxílio bibliográfico e com a única colaboração de Sidney Andrew 497 . Supõe-se<br />

que, durante os primeiros meses da sua estadia no Brasil, Las Casas contou com suficientes<br />

apoios para se dedicar plenamente à composição de Espanha (Gênese da revolução) e da<br />

sua seguinte obra Angústia das nossas horas, datada também em Petrópolis, aos 12 de<br />

outubro de 1937 498 , dedicada ao Dr. Sousa Baptista (“em prova de cordialíssima amizade”)<br />

e publicada ainda nesse ano, no Rio, pela editora Moura Fontes & Flores, a qual, na década<br />

497 Em Angústia das nossas horas, depois do Índice, Álvaro de Las Casas (1937b) acrescenta a seguinte nota<br />

em que faz constar o seu agradecimento a Durval Calazans, o seu revisor de português nessa obra, e a Sidney<br />

Andrew, quem lhe teria dado o seu apoio durante a composição de Espanha (Gênese da Revolução): “Desejo<br />

fazer públicos os meus agradecimentos ao Sr. Durval Calazans, que com grande inteligência e infinita<br />

bondade corrigiu o meu português deficientíssimo, ajudando-me na tradução deste livro, e aproveitar esta<br />

oportunidade para recordar o nome do sr. Sidney Andrew que, de igual maneira, me acompanhou na redação<br />

da minha obra – “Hespanha, gênese da revolução”. Dificilmente poderei esquecer as gentilezas destes dois<br />

bons amigos para os quais reservarei sempre os meus afetos melhores e a minha gratidão mais profunda”.<br />

498 A Editorial Nascimento, de Santiago de Chile, publicou, em 1941, uma segunda edição traduzida dessa<br />

obra, com o título La angustia de nuestro tiempo: la patria, la nación, la guerra.<br />

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