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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Junto aos documentos do DOPS, a correspondência recebida pelo Instituto Mineiro<br />

de Cultura Hispânica (IMCH), da década de 1950 à década de 1980, conforma a segunda<br />

fonte inédita para reconstruir a história dos empreendimentos culturais das associações<br />

espanholas em Belo Horizonte 168 . Neste caso, só nos foi possível consultar a<br />

correspondência recebida pelo IMCH e não a enviada por ele, da qual não encontramos<br />

cópias na velha sede do IMCH em Belo Horizonte. Todavia, o conteúdo dessa<br />

correspondência recebida deixa entrever que ela se deveu à necessidade de responder a<br />

demandas ou solicitudes emitidas pelo ICMH, do qual podemos parcialmente inferir o<br />

conteúdo desses ofícios, relatórios e circulares iniciais. Nessa correspondência, os<br />

remetentes mais freqüentes são o Instituto de Cultura Hispánica (ICH) de Madri, o<br />

Ministerio de Información y Turismo da Espanha e a Sección Femenina de la Falange. O<br />

IMCH visou se constituir como uma entidade cultural na qual, tanto a sociedade mineira<br />

quanto o governo espanhol, reconhecessem a legítima representação e o legítimo porta-voz<br />

dos interesses culturais e educativos da Espanha no Estado de Minas Gerais. O volume da<br />

mas, como não gosta de viajar de avião, e tem carro, prefere fazer a viagem de automóvel. Ora isto foi ainda<br />

melhor, pois lhes poupa despesas que nesta hora se devem evitar, uma vez que teriam sido enormes as que<br />

tiveram e ainda terão com essa grande iniciativa da inauguração do Busto de Camões. Seria conveniente<br />

alojar o Dr. Álvaro Lins e esposa no melhor Hotel dessa cidade, com a recomendação de tudo ser pago pela<br />

Associação ou pela Comissão. Mas deve deixar isso bem claro, para evitar que o gerente ou responsáveis do<br />

Hotel, caso sejam salazarentos, para provocarem atritos e confundirem, cobrem ao Dr. Álvaro Lins qualquer<br />

importância, deixando ficar mal a Associação. Desculpe-me por mais esta lembrança, mas tudo será<br />

necessário para evitar imprevistos, pois também o adversário pode ter um serviço montado para nos<br />

desprestigiar” (Carvalhal, 1086: 211).<br />

168 Um detalhe significativo na trajetória do IMCH é a ausência de participação nele do hispanista José Carlos<br />

Lisboa, quem, até a sua morte em 1994, como professor emérito da UFMG, desenvolveu uma grande<br />

atividade no âmbito cultural e acadêmico em Belo Horizonte desde que 1938 ocupara o cargo de chefe de<br />

gabinete do prefeito José Oswaldo de Araújo. Em 1947 José Carlos Lisboa fundou, no Rio de Janeiro, o<br />

Ateneu García Lorca, do qual foi diretor e professor e, em 1949, fundou a cátedra de Língua e Literatura<br />

Espanhola da Faculdade de Filosofia da Universidade de Minas Gerais. Em 1950, idealizou e organizou o<br />

Centro de Estudos Hispânicos da Universidade do Brasil (Rio de Janeiro) e, em 1952, participou na fundação,<br />

e tornou-se conselheiro, do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica do Rio de Janeiro. Nessa cidade fundou,<br />

em 1953, o Seminário Menéndez Pidal, da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e,<br />

em 1959, fundou e presidiu a Associação Brasileira de Professores de Espanhol. Em 1956, José Carlos Lisboa<br />

recusou o convite para reger a cátedra Archer M. Huntington da Facultad de Filosofía y Letras da Universidad<br />

de Madrid, com a justificativa de incompatibilidade política com o regime de Francisco Franco. Às suas<br />

atividades como hispanista, por um lado, unem-se outros cargos que ele assumiu no campo cultural, como o<br />

de diretor da Divisão de Publicações e Divulgação da Biblioteca Nacional (1960), o de membro do Conselho<br />

Nacional de Cultura (1961), o de secretário geral do Instituto Brasileiro de Estudos Literários-MEC (1961) e o<br />

de membro da Academia Brasileira de Filologia e da Academia Mineira de Letras (1982). Por outro lado, ele<br />

soma dez publicações relacionadas com a cultura hispânica, entre ensaios, edições de clássicos espanhóis e<br />

livros de ficção da sua autoria. Apesar desse ingente labor, intelectual e acadêmico, nas áreas do hispanismo<br />

não encontramos elos na sua atuação com as atividades nem da colônia espanhola residente em Belo<br />

Horizonte nem do IMCH. Também não colaborou nem com o IMCH nem em nenhuma atividade do Grêmio,<br />

Maria José de Queiroz, professora, desde 1960, de Literatura Hispano-americana na UFMG.<br />

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