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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Tirando Canto gratulatório ó Padre Ignacio Domínguez González, pola sua festa de<br />

presbiteriano, a 29-06-1967, en Vigo, e Choiva galega, esses poemas foram publicados na<br />

década de 1960. Jerusa Pires Ferreira, do Centro de Estudos Portugueses da Universidade<br />

Federal da Bahia datou em novembro de 1969 um artigo intitulado Os poemas galegos de<br />

Godofredo Filho – Poeta da Bahia – publicado na lisboeta revista Ocidente em 1970. Nesse<br />

estudo, além dos sete poemas já então conhecidos, é reproduzido e comentado o poema<br />

Antífona, logo não incorporado à Musa Gallega. Teríamos, pois, dez específicos poemas<br />

galegos de Godofredo Filho. A esse repertório galego poder-se-iam acrescentar os poemas<br />

Sonatina da infanta (Filho, 1986: 203), que faz parte da seção Canções de acalento – quarta<br />

seção de Poemas Volúveis –, datado em Santiago de Compostela, em julho de 1956, e o<br />

poema Sombra (Filho, 1986: 350), incluído na seção Retrato, nos Poemas do Pretérito<br />

Imperfeito, o qual contém uma citação dos últimos quatro versos do Negra Sombra de<br />

Rosalía de Castro. Uma mostra dos contatos de Godofredo Filho com os escritores da<br />

Galiza está nos Sete sonetos do vinho (Filho, 1971). Na relação dos quarenta e quatro<br />

intelectuais aos que é dedicada a obra consta Álvaro Cunqueiro Mora.<br />

Com a exceção do Canto gratulatório ó Padre Ignacio Domínguez González, pola<br />

sua festa de presbiteriano, a 29-06-1967, en Vigo, trata-se de poemas sem alusões aos<br />

imigrantes galegos de Salvador. Não sabemos se eles foram compostos por Godofredo<br />

Filho nesse galego ou se foram traduzidos por algum dos escritores galegos com os que<br />

contatara na Galiza. Jerusa Pires Ferreira faz a seguinte interpretação a respeito das<br />

escolhas lingüísticas do autor:<br />

Registrando a ocorrência de variantes para alguns vocábulos, concluímos que o poeta procede<br />

consciente de estar manipulando um instrumento lingüístico recém-incorporado, embora com raízes<br />

sedimentadas através de um conhecimento anterior dos cancioneiros medievais galego-portugueses.<br />

Ele está sempre atento ao facto de trabalhar uma “língua” não estabilizada, as variantes<br />

correspondendo às modalidades inter-dialetais, apesar de o galego moderno em que se expressa o<br />

nosso poeta ser uma Koiné Literária, um instrumento lingüístico literário resultante de um certo<br />

nivelamento, como foi o galego e o provençal dos trovadores, como o do Renascimento Félibrige<br />

(Ferreira, 1970: 26).<br />

A pesquisadora reproduz a declaração que, a respeito do seu uso da língua galega,<br />

Godofredo Filho fizera durante uma entrevista publicada em 30.12.1963 no Jornal da Baía:<br />

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