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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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– revela que as estatísticas governamentais espanholas recolhem 33.7056 passageiros<br />

menos que as brasileiras 149 .<br />

Nesta tese não pudemos estabelecer umas cifras definitivas sobre a população<br />

espanhola assentada no Brasil e tomamos os cálculos dos autores mencionados 150 . Esses<br />

autores indicaram que, do total dos imigrantes do Brasil, entre 1820 e 1972, ao redor de<br />

13% era espanhol, quantidade que converteu a colônia espanhola na terceira maior, depois<br />

da portuguesa e da italiana.<br />

Dentro dessa percentagem de imigrantes espanhóis é difícil indicar qual foi a<br />

quantidade de galegos. As dificuldades devem-se a dois motivos: o já indicado duplo<br />

registro e a acima mencionada falta da especificação da localidade e da região de origem do<br />

imigrante nas listas oficiais brasileiras. Esses empecilhos condicionam a credibilidade dos<br />

dados expostos pelos autores que se acercaram à questão. González (2000: 246-259) tomou<br />

como referência os informes que os cônsules das repartições espanholas no Brasil<br />

apresentaram, durante o ano de 1931, ao Ministerio de Asuntos Exteriores. Segundo esses<br />

expedientes, seriam galegos 90% dos espanhóis do Estado do Pará, 70% dos de Recife,<br />

96% dos da Bahia e 70% dos do Rio de Janeiro, o qual resultava em um contingente de<br />

33.043 galegos. Dos outros estados, González não informa das percentagens de galegos;<br />

para São Paulo indica que 20% dos de espanhóis eram galegos, mas a investigadora não<br />

precisa o período para o qual seria aplicável esse dado. Em relação ao Estado da Bahia, em<br />

cuja capital o número de estrangeiros nunca superou 1% no total da população, Braga<br />

(1995: 119-120), centrando-se nas fichas do Consulado Espanhol em Salvador para o<br />

período 1861-1919, afirma que 96% dos espanhóis residentes na cidade de Salvador eram<br />

galegos; deles 90,8% procederiam da província de Pontevedra. Essa autora acredita que o<br />

149 O transporte marítimo foi o principal meio utilizado pelos imigrantes para o seu deslocamento ao Brasil.<br />

Nenhuma estatística consultada explicita se, além de às listas de embarque e desembarque de passageiros nos<br />

diferentes portos, também se acudiu às fontes que contêm a saída/ entrada de passageiros por via aérea ou por<br />

meio terrestre. O montante de imigrantes que entraram de forma ilegal no país também é desconhecido.<br />

150 É preciso apreciar que, em geral, houve 50% de remigração galega. Esse dado leva a considerar os efeitos<br />

da inter-relação entre as beiras do Atlântico através dos migrantes. Ramón Villares (1997: 225) sintetiza os<br />

traços dessa inter-relação como se segue: “Trátase dunha emigración serodia, propiamente do século XX na<br />

súa manifestación de feito masivo; trátase dunha emigración moi concentrada nos seus lugares de destino, nun<br />

grao superior ao español en xeral e, sobre todo, ao italiano, achegándose pola contra moito máis ao tipo de<br />

emigración portuguesa; e trátase, en suma, dunha emigración que presenta unha relación moi intensa coas<br />

súas raíces, por ser este un país de pequena propiedade, pero tamén polas propias modalidades que presenta a<br />

poboación emigrante: altas taxas de masculinidade, elevado índice de retornos, abondosa emigración<br />

estacional ou ‘andoriña’ e intensa devolución cara á metrópole de recursos, sexa en forma de remesas<br />

monetarias, sexa en forma de accións culturais e políticas”.<br />

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