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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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vista por Bernárdez como paradigma das mudanças que se imprimiam, desde a nova<br />

capital, ao Estado de Minas Gerais mediante a formação quadros de técnicos locais para a<br />

modernização das práticas nas explorações agro-pecuárias. O interesse que, supostamente,<br />

essa Escola despertou em Bernárdez reflete-se na detalhada narração do histórico, dos<br />

programas de ensino, da estrutura e meios, e das suas práticas, e também nas entrevistas<br />

que ele manteve com os seus dirigentes. As impressões que tira das informações recebidas<br />

sobre os planos para o desenvolvimento econômico de Minas através da mineração e da<br />

agropecuária fazem-lhe augurar um futuro promissor – “positivo” – para o estado.<br />

Quatro meses após a primeira visita, Bernárdez esteve de novo em Minas. As<br />

primeiras crônicas dessa nova estadia referem-se a Belo Horizonte; iniciam-se com o relato<br />

de uma homenagem popular a Manuel T. de Carvalho Britto, “ministro [secretário estadual]<br />

del interior y de las finanzas y reformador de la enseñanza pública”, de quem destaca o<br />

labor em favor da “cultura popular”. Bernárdez resenha o discurso proferido pelo ministro<br />

durante a cerimônia de homenagem. Ao respeito, Bernárdez (1908: 112) expressa o<br />

seguinte: “Aquella forma verbal de apostolar la escuela, me explicó el florecimiento<br />

docente de Minas”. Logo desse apontamento, volta Bernárdez a elogiar os planos do<br />

governo estadual mineiro para a instrução agropecuária. Comparece por segunda vez na<br />

“escuela agronómica o fazenda modelo” da Gameleira, a qual, desta vez, enxerga como a<br />

“base de una trascendental revolución económica en el Estado”. Depois de visitar essa<br />

escola, convidado por Carlos Prates, diretor de agricultura do estado, vai de carruagem<br />

conhecer a Colônia do Barreiro, um empreendimento estadual para o povoamento da<br />

periferia de Belo Horizonte mediante a distribuição em chácaras de famílias de imigrantes.<br />

No caminho, Bernárdez delira manjando um abacaxi – “un placer que no estará, sino muy<br />

raramente, a merced del turista” – 428 . Ao observar, em Barreiro, a colônia, dá um parecer<br />

428 A inserção da narração da sua primeira experiência de degustação de um abacaxi no início da crônica da<br />

sua ida à colônia de Barreiro mostra tanto a vontade de patentear a afetação da sua postura de repórter/ turista<br />

quanto a desmesurabilidade e o maneirismo do seu estilo jornalístico: “Hicimos el viaje cómodamente en<br />

coche, tirado por un sólido y guapo par de mulos mineros. La mañanita fresca, casi fría, estimulaba la sangre<br />

y el apetito; y a falta de desayuno más corriente, me proporcionó el doctor Prates la sorpresa de comer<br />

abacaxís a dedo, arrancados expresamente, en una huerta que él conocía, al borde del camino. Los que sólo<br />

han saboreado el correoso ananá que llega al Plata, no tienen idea de lo que es un abacaxí madurado en la<br />

planta, pelado allí no más, con un mal cortaplumas y mordido a grandes bocados, hundiendo desde el mentón<br />

hasta la nariz en la pulpa perfumada y sabrosa! No es propiamente distinguido ese modo de comer: el jugo<br />

almibarado y ambarino corre por entre los dedos que es una lástima; hay que abrir las piernas y hacerse un<br />

arco para no pringarse con aquella delicia que chorrea; pero en cambio, se goza un sabor nuevo, único, se<br />

paladea un manjar quizás imposible de disfrutar en las mesas elegantes, por ningún precio! El abacaxí es de la<br />

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