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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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espanhol na obra de Gregório de Matos Guerra, de Bernardo Vieira Ravasco e de Manuel<br />

Botelho de Oliveira. Justifica a sua menção a Bernardo Vieira Ravasco e a Manuel Botelho<br />

de Oliveira por ambos terem composto poemas em língua espanhola, incorporados,<br />

respectivamente, nos livros Poesias portuguesas e espanholas e Música do Parnaso. De<br />

Gregório de Matos frisa a influência exercida sobre a sua obra pela produção de Garcilaso,<br />

Góngora e Quevedo 381 . Pinto do Carmo observa também a influência das éclogas<br />

garcilasianas nas éclogas de Cláudio Manuel da Costa e a influência de El Criticón de<br />

Baltasar Gracián nas Cartas Chilenas de Tomás A. Gonzaga 382 .<br />

Aos jesuítas e, dentre eles, ao P. Anchieta outorga Pinto do Carmo o papel<br />

protagonista no desenvolvimento das representações teatrais no Brasil seiscentista, isto é,<br />

de um teatro que, embora a sua finalidade principal fosse a catequese, “não descurava a<br />

arte”. As peças eram escritas em português, em castelhano ou em latim; delas, o P.<br />

mais possível; regressar ao primitivo. Foi o que fez Anchieta. Se algo há de estranho é que os historiadores,<br />

que nunca negaram ser Anchieta o nosso primeiro escritor, não tenham, até hoje, feito alusão ao seu evidente<br />

indianismo. Indianismo que pode chamar-se “indígena”, em oposição a “alienígena”, e barroco, no que tem de<br />

bilíngüe, de cunho edificante, de apelo mais aos sentidos do que à razão, de estilo “jesuítico”, enfim”. Em<br />

1956, o Serviço Nacional de Teatro do Ministério de Educação e Cultura publicou, no Rio, a tradução ao<br />

espanhol do ensaio O teatro jesuítico, de José Carlos de Macedo Soares, dois anos antes apresentado na Aula<br />

do Curso de Teatro da Academia Brasileira de Letras. A tradução recebeu o título El teatro jesuítico en el<br />

Brasil. Na obra expõe-se como se iniciou a produção e a encenação do teatro nas capitanias de São Paulo e de<br />

São Vicente, vinculando-as à Companhia de Jesus. Nesse sentido, o autor explica como se aplicavam as<br />

representações teatrais à evangelização dos nativos e à pastoral entre os mamelucos e os lusitanos do Brasil.<br />

José Carlos de Macedo descreve como se realizavam os espetáculos e traça sumárias bio-bibliografias dos<br />

jesuítas dramaturgos. Ao referir-se a Anchieta frisa o seu caráter brasileiro e nativista da sua obra: “Un hecho<br />

que Silvio Romero señala ex profeso es la integración de José Anchieta en el espíritu brasileño. No podemos<br />

excluirlo de nuestras letras por no haber nacido en el Brasil. Aquí él llegó cuando contaba con veinte años de<br />

edad y permaneció hasta su muerte. Se identificó con la población indígena, y para ésta escribió en su propio<br />

idioma. Su estilo, su lenguaje, mismo cuando se expresa en castellano o portugués, tienen la influencia<br />

ejercida por el medio ambiente. No podemos colocar a José Anchieta entre los escritores o poetas de España o<br />

Portugal. Su verdadero lugar está en las letras del Brasil. No es el simple hecho geográfico, ocasional, de<br />

haber nacido aquí o allá que determina la patria del individuo. El individuo pertenece al país al que debe su<br />

formación y en el que se encuentra enraizado. Anchieta vivió cuarenta y cuatro años en el Brasil. Cuando<br />

llegó a América, la ciudad de Salvador acababa de ser fundada, y poco después asistía a la fundación de San<br />

Pablo y de Río de Janeiro, de la que participara. Lo que se pasaba entre nosotros era el tema de sus cartas y de<br />

sus escritos en prosa. Escribió en tupí para hacerse entender de los indígenas y creó el teatro brasileño,. Con<br />

sus diálogos que todavía hoy resisten al tiempo, para tornar más fácil su obra de catequesis” (Soares, 1956:<br />

22-23).<br />

381 Pinto do Carmo (1960: 40) ampara os seus apontamentos sobre a influência da poesia renascentista e<br />

barroca espanhola na obra de Gregório de Matos nos estudos Da influência de Góngora nos poetas<br />

brasileiros do século XVII e Penhascos de Sílvio Júlio.<br />

382 Pinto do Carmo (1960: 40), por um lado, menciona que a observação da influência das éclogas<br />

garcilasianas nas éclogas de Cláudio Manuel da Costa fora feita por Varnhagen, mas não especifica de que<br />

obra de Varnhagen tirou essa observação. Por outro, informa que na biblioteca de Cláudio Manuel da Costa<br />

fora encontrado um exemplar de , com dedicatória a Pablo Parada, “general castelhano aqui mandado com<br />

tropas espanholas para expulsar o invasor holandês” e acredita que o personagem “Critilo” das Cartas<br />

Chilenas tem esse nome em alusão ao “Critilo” de El Criticón.<br />

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