26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cultura que dominavam os imigrantes espanhóis e com a qual eles eram identificados.<br />

Contudo, acabaram oferecendo constructos que as associações de imigrantes espanhóis em<br />

São Paulo aproveitaram para se vincularem a representações prestigiosas. Assim, em 1947,<br />

durante as celebrações do IV Centenário do nascimento de Cervantes, a Comissão de<br />

Cultura do “Grêmio Dramático Hispano-Americano” de São Paulo, um grupo formado por<br />

espanhóis opostos ao regime franquista e vinculado ao “Centro Galego-Centro Democrático<br />

Espanhol”, promoveu a “Campanha Pró-Estátua de Cervantes” que acabou permitindo, em<br />

outubro desse ano, a inauguração de um monumento a Miguel de Cervantes, na praça Dom<br />

José Gaspar, do lado da biblioteca municipal, no centro de São Paulo 265 .<br />

Em 2001, Julio García Morejón reuniu em um só volume – O resgate da memória<br />

(temas hispânicos) – as matérias que publicara na imprensa paulista, desde meados da<br />

década de 1950, sobre a literatura e a filosofia espanholas. Além dos artigos contendo<br />

crítica própria, há artigos em que levanta, classifica e comenta a produção do hispanismo<br />

no Brasil. Na atualidade, a Profª. María de la Concepción Piñero Valverde, da USP, tem<br />

dedicado vários estudos à transferência de elementos repertoriais entre a literatura brasileira<br />

e espanhola. Ela analisou esse compartilhamento em produtos de Machado de Assis, Juan<br />

qual se ensaia a recepção da obra cervantina no Brasil desde a época colonial e se apontam os seus usos<br />

repertoriais pela literatura brasileira, comentam-se os atos realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro por<br />

ocasião da celebração do quarto centenário do nascimento do autor. Menciona-se que, em 1946, Francisco<br />

Campos ministraria a palestra de encerramento do simpósio que, naquele ensejo, organizara a Embaixada de<br />

Espanha. Diz Macedo Soares (1949: 25): “En el ciclo cervantino organizado por la Academia Brasileña de<br />

Letras pronunciaron eruditas conferencias los académicos Celso Vieira, Peregrino Junior y Amoroso Lima.<br />

Ya vimos que en San Pablo el IV Centenario de Cervantes fue conmemorado con la exposición organizada<br />

por el Centro Dramático Hispanoamericano. La conmemoración se extendió a varias ciudades de este Estado,<br />

sobre todo a Campinas donde el culto a Cervantes goza de una gran vitalidad. No solamente en las capitales,<br />

también en el interior de los Estados, Cervantes es apreciado y querido. En Río de Janeiro, el Ministerio de<br />

Educación, para conmemorar el IV Centenario de Cervantes, organizó una notable exposición, digna de los<br />

festejos que el poeta merece. Por la Embajada de España, bajo el patrocinio del Ministro de Educación, se<br />

inició un ciclo de conferencias que fue abierto por el poeta Augusto Frederico Schmidt, quien, tras algunas<br />

palabras del agregado cultural de la referida embajada, señor García Viñolas, profirió su Discurso sobre Don<br />

Quijote y Cervantes. Están designados para hablar Rosalia Coelho Lisboa (Lo que Cervantes me dice), y los<br />

señores Santiago Dantas (Cervantes y el espíritu occidental), Peregrino Junior (Cervantes precursor de la<br />

biotipología) y Francisco Campos que pronunciará la conferencia de clausura”. Contudo, o primeiro<br />

cervantista brasileiro foi um paraense, residente na cidade de São Paulo, onde se formara como bacharel em<br />

direito. Trata-se de José Pérez, autor de extensos ensaios sobre o Quixote. Em 1935, publicou pela paulistana<br />

Cultura Moderna, A psicologia social do Quixote e, no ano seguinte, A sabedoria do Quixote.<br />

265 Na década de 1950 editou-se, em São Paulo, o periódico Reconquista (revista bilíngüe de cultura publicada<br />

trimestralmente), uma publicação destinada a fixar elos entre espanhóis – sobretudo os carlistas – e brasileiros<br />

em torno da doutrina política tradicionalista. No final dessa década foi lançada, em São Paulo, a revista<br />

Narceja, que visava se constituir em meio ibérico para que poetas em língua espanhola pudessem divulgar no<br />

Brasil a sua obra e também para que se pudessem dar a conhecer poemas de portugueses. Consultamos o n. 2<br />

[verão 1959] em que, junto a Cassiano Ricardo e Cyro Pimentel, publicaram poemas o português Egito<br />

Gonçalves, o argentino Miguel Brascó e o espanhol Ángel Crespo.<br />

367

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!