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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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declarações de simpatia aos republicanos espanhóis. Não temos conhecimento do<br />

indeferimento de alguma solicitude de asilo político encaminhada por algum galego nessa<br />

circunstância, mas o caso é que o Brasil também não foi escolhido como espaço para o<br />

asilo.<br />

II. O objeto de estudo<br />

O nosso intuito de tentar compreender e explicar por que não se constituiu no Brasil<br />

um grupo galeguista faz com que esta pesquisa não seja mais que uma indagação sobre as<br />

causas do vazio. Uma conseqüência dessa ausência é não ter havido uma finalidade<br />

galeguista na produção cultural das entidades formadas por galegos residentes no Brasil e,<br />

logo, não se ter criado literatura galega. Isso não quer dizer que os galegos do Brasil não<br />

tenham gerado produtos literários e que, por sua vez, os galegos não tenham sido<br />

conformados como elementos repertoriais na temática da literatura brasileira.<br />

É claro que, nesta pesquisa, a tomada, como ponto de partida, do vazio galeguista<br />

entre os imigrantes galegos no Brasil, é, a priori, um axioma. Porém, esse axioma baseia-se<br />

na não-localização, durante a pesquisa de campo, de discursos galeguistas emitidos por<br />

imigrantes, e na descoberta de uma única tentativa – tentativa falida – de constituição de<br />

um grupo galeguista no Brasil.<br />

Muito significativamente, as notícias relativas ao galeguismo no Brasil que achamos<br />

procedem da imprensa galeguista de Buenos Aires. Durante dez anos (1946-1956) o<br />

periódico A Nosa Terra publicou as notícias que lhe remetera Victor M. Balboa sobre as<br />

atividades que realizava um pequeno grupo de galeguistas cariocas, por ele convocado. O<br />

grupo – a Irmandade Galega – não tinha local, nem estatuto; as suas atividades eram<br />

tertúlias, coordenadas por Balboa, em que, sem entusiasmo, se tratava do que se poderia<br />

fazer em prol do galeguismo no Brasil.<br />

Na p. 3 do n. 448 [junho de 1946] de A Nosa Terra, publicou-se uma matéria<br />

intitulada Xurde a Irmandade Galega do Brasil – Interesante chamado da Xunta Iniciadora<br />

do Movimento Irmandiño en Río de Xaneiro. Na matéria reproduz-se o convite que<br />

supostamente distribuíram, em maio de 1946, do Rio de Janeiro, Victor M. Balboa 49 , Luis<br />

49 Victor M. Balboa fez parte, como membro titular da Comissão de Contas, da Junta Diretiva de 1913 da<br />

Sociedade Espanhola de Beneficência do Rio de Janeiro. Em 1941, sucedendo a Miguel Barreiros Cabanelas,<br />

ele foi o presidente da Junta Diretiva e, em 1944, foi Primeiro Secretário da Mesa do Conselho Deliberativo.<br />

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