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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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em que todos os grupos nacionais seriam reconhecidos e tratados em plano de igualdade.<br />

Las Casas (1937a: 174) explica como surge o autonomismo: “Os intelectuais catalães,<br />

vascos e galegos julgam que em Madri nunca serão estimados e voltam às terras natais para<br />

fazer sua cultura nas línguas vernáculas”, pelo qual, os autonomistas dos três países,<br />

assinaram em 1923 um pacto de mútua ajuda. Dos estudantes salienta a sua organização,<br />

sob a chefia de Ibert, e a sua força determinante para orientar o funcionamento do regime.<br />

De fato, ele crê que o apoio deles foi fundamental para a proclamação da República e que à<br />

ânsia desinteressada e idealista deles se deve o projeto de regenerar a Espanha.<br />

Las Casas relata como ele assistiu à proclamação da República no capítulo IV –<br />

Batalha entre covardias –. Ao principiar o ano de 1931 ele fora convidado a ministrar uma<br />

palestra, intitulada O penúltimo rei de Portugal, na aula magna da Universidade de Santiago<br />

de Compostela. Ele diz que percebera que, entre os estudantes, o ambiente era<br />

revolucionário e que, em Compostela, o ambiente “era pesado, denso, ameaçador”. De fato,<br />

pouco depois os estudantes entraram em greve e advertiram que só voltariam às aulas<br />

quando Alfonso XIII abdicasse. Las Casas detalha como, na primeira quinzena de abril de<br />

1931, ele viu a movimentação da sociedade galega. Assim, menciona que no dia 5 “toda a<br />

Galiza era uma caldeira em ebulição; o mais prudente daria a vida pelo triunfo dos<br />

candidatos republicanos. Os monárquicos iam à luta sem fé, seguros da derrota e de<br />

antemão não muito contrariados pelo desfecho” (Las Casas, 1937a: 180). Do dia 12, o dia<br />

da votação, salienta a preocupação e, inclusive, o remorso que se percebia nalguns olhares,<br />

e a atmosfera de medo:<br />

O medo abrangia a todos, um medo frio, intenso, desorientado – medo de que triunfassem os<br />

monárquicos e de que vencessem os republicanos, medo da hora que vinha. Se naquela tarde fosse<br />

possível, penso que muito poucos espanhóis deixariam de votar pela nulidade das eleições,<br />

demorando para mais tarde a decisão sobre a sorte da monarquia (Las Casas, 1937a: 181).<br />

Do dia 13, ele sublinha a inquietude vivida, e diz que ele sentia que “não havia<br />

nervos capazes de suportar a tensão”. Nesse dia, a recepção e a distribuição de notícias nas<br />

redações dos jornais eram constantes, pois as agências de notícias, “onde os funcionários<br />

eram quase todos republicanos” funcionaram como elo perfeito com as agências da capital.<br />

Em relação ao dia da proclamação da República é feita a seguinte crônica:<br />

A 14, muito cedo, saí com o diretor da Faculdade de Letras, Dr. Moralejo, para a fronteira<br />

portuguesa, onde, em nome do reitor da Universidade, tínhamos que receber o Prof. Dr. Hernani<br />

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