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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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analogias entre ambíguos estereótipos físicos, a linguagem corporal e representações<br />

sociais (a forma como o grupo majoritário enxerga a prática da religião ou o exercício de<br />

profissões nos grupos minoritários, mais que a religião ou as profissões em si desses grupos<br />

minoritários).<br />

Todorov (1999: 136-40) explora as condições que favorecem a aparição do racismo.<br />

Uma delas é a homogeneização das sociedades como conseqüência da erosão da identidade<br />

cultural tradicional, com o correlativo desaparecimento dos canais tradicionais para o<br />

reconhecimento e para a distinção social. O critério racista abre, então, uma nova via de<br />

classificação. Outra condição é a presença, no mesmo espaço, de grupos fisicamente<br />

diferentes que são associados com comportamentos sociais interpretados como marginais e<br />

ameaçadores. Sob essas condições, ao serem vinculadas as características físicas – o grupo<br />

racial – aos comportamentos sociais – o grupo social –, estrutura-se a separação entre os<br />

grupos humanos.<br />

A superação do preconceito contra o outro atinge-se, segundo o intelectual búlgaro,<br />

mediante a educação humanista, capaz de produzir cidadãos respeitosos, isto é, “espíritos<br />

abertos, tolerantes e críticos ao mesmo tempo” (Todorov, 1999: 220). Com a<br />

implementação dessa educação será possível proceder para o apagamento das ilusões<br />

egocêntricas e etnocêntricas. Ele crê que os seres humanos devem aprender a renunciar a si<br />

mesmos, a se afastar de si mesmos, a se distanciar dos próprios hábitos, para adquirirem,<br />

desde essa exterioridade, a visão crítica deles mesmos e da sua circunstância que lhes<br />

permita confrontar as suas normas e os seus valores com as dos outros, e que lhes permita,<br />

desde a transculturação, descobrir, por meio do estudo e da análise contrastiva, a<br />

legitimidade das normas dos outros dentro da realidade social e econômica deles,<br />

conseguindo-se, desse modo, a aproximação ao conhecimento da herança comum da<br />

humanidade.<br />

Todavia, o autor assinala que a dimensão da diversidade na sociedade deve estar<br />

condicionada. A exibição das diferenças não pode ser nociva para a conservação da<br />

estrutura comum que permite o diálogo entre o eu e o você. Se, após o conhecimento do<br />

outro, um indivíduo quer recalcar as suas diferenças ostensivas e distanciar-se, essa reação<br />

deve-se contentar com o direito a afetar as ações que concirnam à própria vida privada. Não<br />

se consentirá que o sujeito diferenciado reacionário nem tão sequer aspire a que a sua<br />

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