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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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Na capa desse número, sob a cláusula “... En España empieza a amanecer...”,<br />

aparecem o retrato de um requeté e de um falangista. É significativo que, no Estado Novo,<br />

estando vigentes as leis de nacionalização, se permitisse a circulação de uma publicação em<br />

língua estrangeira, dirigida por estrangeiros e destinada à doutrinação no nacionalismo<br />

espanhol e à agitação da colônia espanhola, sobretudo a de São Paulo 304 . Os responsáveis<br />

do periódico fizeram questão de salientar a simbiose entre os imigrantes defensores da<br />

causa nacionalista espanhola na Guerra Civil, isto é, os pertencentes a “la auténtica colonia<br />

española”, e os brasileiros que sustentavam o regime varguista. Assim, na p. 6, em um<br />

artigo intitulado Arriba el Brasil, Arriba España, declara-se que “Son dictadas con el<br />

corazón las palabras que brindamos a la nación que nos abriga, con la hermandad que nos<br />

une en la defensa de un mismo Dios y de un mismo sentido de Civilización”. Portanto, para<br />

os autores dessa matéria, os inimigos da Espanha contra os que periódico combatia eram<br />

também os inimigos do Brasil, e a guerra na Espanha podia valer como advertência “a la<br />

nación amiga, al gobierno y al pueblo hermanos” para que se tomassem todas as medidas<br />

cabíveis tendentes a evitar que se produzisse no Brasil um conflito semelhante. Na p. 5 há<br />

um esclarecimento do periódico, intitulado La Nación a sus leitores, em que se lê:<br />

No pocas dificultades se presentaron a la confección del presente número extraordinario y a ellas se<br />

debe el atraso de doce días con que esta edición llega a manos de nuestros lectores. Faltos de un<br />

archivo y careciendo de una información gráfica y literaria que nos permitiera el suprimir la paciente<br />

labor de recorte que es propia de casi toda la Prensa colonial española, recurrimos directamente a<br />

España de donde recibimos con el habitual retraso, el material fotográfico y las colaboraciones de<br />

insignes plumas de la Falange Joven, que ilustran estas páginas. Así podemos llamar especial al<br />

presente número, no por una mayor cantidad de páginas que las habituales, sino por el contenido<br />

inédito en el Brasil y, en su mayor parte, aún no publicado en Hispanoamérica.<br />

Para la distribución acortada del abundante material fotográfico hemos substituido el formato de La<br />

Nación en sus últimos siete meses por el presente formato de revista, que esperamos agrade a<br />

nuestros lectores (La Nación, n. 341, p. 5).<br />

304 A exacerbação nacionalista não só proscreveu todas as atividades dos imigrantes que visavam proteger e<br />

expandir os traços da identidade “estrangeira”, senão que também proibiu as representações que propeliam a<br />

autonomia dos estados. A Constituição de 1937, que oficializou o início do Estado Novo, em seu artigo 2º<br />

(Nova Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 1937: 3) suprimia as bandeiras estaduais: “A<br />

bandeira, o hino, o escudo e as armas nacionais são de uso obrigatório em todo o país. Não haverá outras<br />

bandeiras, hinos, escudos e armas. A lei regulará o uso dos símbolos nacionais”. Menos de um mês após a<br />

implantação do Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas mandou celebrar a cerimônia da queima das<br />

bandeiras estaduais, no Rio de Janeiro, símbolos indesejáveis de um federalismo proscrito.<br />

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