26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

primeiro percorrido por Minas Gerais, o autor, após visitar as cidades coloniais, passa à<br />

região ocidental mineira conhecida como o Triângulo Mineiro, derradeiro estágio em Minas<br />

antes de se adentrar no Estado de Goiás. Ao Triângulo Mineiro dedica a seção IV da<br />

“Quarta Parte” e dele visitará os municípios de Araxá, Uberaba, Uberlândia e Araguari.<br />

Casais acredita que o Triângulo tem interesse e atratividade para o turista por três motivos:<br />

a riqueza agropecuária e mineral, os amplos horizontes da hinterlândia em que se<br />

experimenta “la sensación de lo inmenso” e os prósperos centros urbanos. O seu percorrido<br />

pelo Triângulo vale-lhe para mencionar, de novo, a hospitalidade e a prodigalidade do<br />

mineiro com o forasteiro.<br />

O primeiro município do Triángulo em que Casais pára é Araxá, aonde chega de<br />

trem, embora, afirme, tivesse podido lá chegar de avião. Ele prefere as comunicações<br />

terrestres, pois lhe “permiten husmear a gusto la vida de los pueblos” (Casais, 1940: 179).<br />

Em relação ao município de Araxá traça uma breve resenha histórica, narra a história de<br />

Dona Beja pela qual o Triângulo deixou de ser parte da Capitania de Goiás e se integrou em<br />

Minas, e expõe com detalhe as propriedades profiláticas e terapêuticas das suas águas<br />

minerais e as comodidades dos balneários construídos para a sua exploração. Em Araxá,<br />

Casais permaneceu mais de uma semana para repor, em curas de repouso, o seu<br />

“organismo”, “un tanto traqueteado con tres meses de ininterrumpidos viajes” (Casais,<br />

1940: 181); para tal, contou com o apoio do prefeito do município, quem, se supõe, tinha<br />

interesse em retê-lo 461 . De Araxá viaja de trem até Uberaba, município do qual ressalta o<br />

seu bem-estar (“un nivel de vida de ‘familia acomodada’” Casais, 1940: 184) gerado pela<br />

461 Como conseqüência da prolongação da sua estadia em Araxá, Casais adquirirá bastantes informações para<br />

fazer propaganda das possibilidades turísticas do município e para elogiar a gestão do seu prefeito. Inclusive<br />

ele antecipará um novo empreendimento hoteleiro: o “Grande Hotel de Araxá”: “No faltan hoteles en Araxá<br />

ni en el Barreiro. Allí los hay ni más ni menos cómodos que los que suelen ofrecer las ciudades de esa<br />

importancia. El Barreiro dispone, aparte pensiones y hoteles de segunda categoría, de uno de lujo donde las<br />

solicitudes más exigentes de confort tienen satisfacción plena. Pero como los mineros cuando emprenden una<br />

obra van de veras, constrúyese en la actualidad, a costa del Gobierno estadual, un balneario con hotel anexo,<br />

que será el mejor de América y de los mejores del mundo. No juzgo por referencias sino teniendo ante mis<br />

ojos los planos y maquetas de los edificios, en construcción avanzada. Gran avenida circular, ladeada de<br />

eucaliptos, en una extensión de tres kilómetros, encierra el parque balneario con sus jardines, piscinas y<br />

campos de deportes. Una temporada de cura o de reposo en Araxá no obliga a la reclusión en el Barreiro. La<br />

ciudad, de calles asfaltadas y amplias plazas, tiene atractivos bastantes para distraer al huésped. Las<br />

excursiones posibles son múltiples. Parece como si la Alcaldía sintiese el vértigo de las comunicaciones<br />

carreteras. En estos últimos años la atención del Prefeito fue solicitada primordialmente por la instrucción<br />

pública gratuita y por los transportes. Bella concepción de un Alcalde moderno. En mis días de Araxá no<br />

perdí uno sin recorrer extensiones inmensas, cruzadas por carreteras bien construidas y conservadas. Durante<br />

kilómetros y kilómetros nuestro auto marcaba velocidades superiores a ciento por hora” (Casais, 1940: 181-<br />

82).<br />

647

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!