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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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observação fora a construção de portos e a modernização das instalações portuárias, da<br />

marinha mercante e da armada. Um outro foco foram a indústria pecuária e as raças do<br />

gado. Contrasta estas com as argentinas e a uruguaias e diz como elas se poderiam<br />

aprimorar.<br />

No prólogo, Bernárdez comenta que, durante a sua estadia no Brasil, se deteve<br />

bastante na observação do rebanho brasileiro e da economia relativa, pois considerava de<br />

interesse, para a ampliação dos mercados e para o conseqüente estreitamento das relações<br />

“cordiales y amistosas” entre o Brasil os países hispânicos do Prata, a delimitação das<br />

possibilidades de intercâmbio de conhecimentos em pecuária. Ele cria que era necessário o<br />

deslocamento dos pecuaristas do Brasil ao Prata, e vice-versa; portanto, ele anima esses<br />

pecuaristas a viajarem e conhecerem in situ o que ele relata.<br />

Toda a obra orienta-se a mostrar, com pretensões de imparcialidade e tom afetivo,<br />

as condições positivas para o progresso no Brasil, e a indicar os meios que a Argentina e o<br />

Uruguai participem nesse progresso e dele se beneficiem, estreitando-se a comunhão<br />

espiritual entre países vizinhos. Com esse viés, Bernárdez avalia três itens: o valor moral, a<br />

capacidade econômica e a aptidão.<br />

A narração do périplo inicia-se quando o navio em que viajava Bernárdez – o<br />

Araguaya – 424 entra na baía de Santos. Pormenorizadamente, Bernardez refere-se às<br />

excelentes condições naturais dessa baía, à potencialidade balneária, ao tráfego de navios e<br />

ao intenso movimento comercial, à armazenagem e à estiva do café, às docas, à indústria<br />

portuária, e ao urbanismo e à arquitetura da cidade. Uma das intenções de Bernárdez na sua<br />

descrição do porto de Santos é mostrar como as obras de higienização nele realizadas – as<br />

drenagens e os aterros – afastaram das tripulações, dos viajantes e dos trabalhadores<br />

424 No livro de Bernárdez estão inseridas três fotografias do navio Araguaya, em que ele se transladara até o<br />

porto de Santos. As legendas delas ressaltam a adequação do navio ao conforto que, segundo Bernárdez, os<br />

turistas demandavam para as suas viagens. São, de fato, fotografias e comentários propagandísticos para<br />

incentivar as viagens “de inverno” nesses navios de turistas platinos para o Brasil. Nas três fotografias há a<br />

manchete Los palacios del océano. Na primeira delas aparece a seguinte legenda: “ATRACTIVOS PARA EL<br />

TURISMO PLATENSE <strong>DE</strong> INVIERNO. – El ‘Araguaya’, como sus gemelos el ‘Avón’ y el ‘Aragón’, con<br />

sus moles enormes, conservan en la marcha la estabilidad de tierra firme, convirtiendo el viaje a Río de<br />

Janeiro en un placer continuo, donde cuerpo y alma descansan con delicia, gozando impunemente el confort<br />

de la vida, la buena mesa y el encanto del cielo y del mar; y a intervalos la vista de la costa, que atrae y<br />

tranquiliza...”. Abaixo da seguinte fotografia há este comentário: “Un aspecto interior del ‘Araguaya’. –<br />

Escalinata del piso bajo (comedor) al salón superior, de sociedad y fiestas”. Na última delas assinala-se:<br />

“Detalle del espléndido hall de fiestas del ‘Araguaya’, donde, el que lo desea, puede olvidarse completamente<br />

de que lo rodea la perfidia de la onda”.<br />

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