26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aeroporto do Galeão o poeta foi recebido pelo embaixador Paulo Germano Hasslocher; o<br />

autor diz que se sentiu como uma criança “que leva/ riba do peito unha fror/ e vai, por<br />

prazas e ruas,/ pregoando paz e amor”.<br />

No poema dedicado explicitamente ao Rio – poema intitulado Rio de Janeiro<br />

(García, 1977: 98-99) – menciona o que se pode visitar nessa cidade – belas praias,<br />

arranha-céus, morros – e versa uma história de amor que tem como fundo um jantar no<br />

Sacha’s e um passeio de bondinho 630 . Quatro dos poemas são intitulados com nomes de<br />

espaços físicos cariocas – Cantares da Froresta da Tixuca, Variaciones de cantares na<br />

Froresta da Tixuca, De noite en Copacabana, Bahía de Guanabara –. No primeiro deles,<br />

Cantares da Froresta da Tixuca, um romance de estrutura neo-trovadoresca 631 , García<br />

Rodríguez aponta, em nota de rodapé, como por ele foi objetivamente vista essa floresta:<br />

“Froresta da Tixuca. – Belísima fraga ou mato, pegadiño a Rio” (García, 1977: 101). Tendo<br />

como marco a Floresta da Tijuca, cuja natureza o autor interpreta simbolicamente, versejase<br />

o amor perdido de uma moça pelo autor 632 . Nas oito estrofes do, também romance,<br />

Variaciones de cantares na Froresta da Tixuca, redunda na expressão da atmosfera<br />

paradisíaca desse mato (II “Quen vai chorar súas penas,/ na froresta da Tixuca,/ si vai alá,<br />

se lle esquecen,/ non chora penas ningunhas.” García, 1977: 105) e na caracterização do seu<br />

espaço como um âmbito dialogador com o amor (VII “A luz descende dos ceos,/ na froresta<br />

da Tixuca,/ coa léneme mansedume/ dun amor, en moza pudica.// VIII Teu amor chegou a<br />

min,/ na froresta da Tixuca, coma ás raíces dos albres, auga de chuvias miúdas.” (García,<br />

1977: 106-07). Em um outro poema – Azas de volvoreta –, a floresta da Tijuca é,<br />

outrossim, o foco. Nessa floresta é imaginada a procedência das asas das borboletas que o<br />

autor diz ter visto em frascos, “¡Onte, libres na Tixuca!/ ¡Cousa non hai niste mundo/ que<br />

de seu destiño fuxa!” (García, 1977: 100). Além disso, as assas da borboleta são<br />

transformadas em imagem da canção e do amor e, o frasco, em imagem de um livro e de<br />

630 A história de amor é assim versejada por García Rodríguez: “– Meu amor, nós imos/ a Sacha’s cear.// –<br />

Sacha é um amor,/ e oubirlle tocar/ de noite o piano,/ mesmo é um tesouro...// Dimpóis levaréiche,/ no<br />

“bondiño” aquil, pra o Pan de Sucre;/ ou millor, si queres,/ até o Corcovado,/ a Xesús rezar,/ que che está<br />

esperando,/ cos brazos abertos, coma fago eu, meu bem,/ si che vóu amar.”<br />

631 É um poema de nove estrofes, de quatro versos octo-silábicos cada uma, com rima nos versos pares e<br />

estrutura paralelística, começando todas as estrofes com o verso “Na froresta da Tixuca”.<br />

632 Eis o leit-motiv: “III Na froresta da Tixuca,/ fun dunha nena esquecido:/ inda que Deus chame a moitos,<br />

son poucos os escollidos.// VI Na froresta da Tixuca,/ perdín e achei meu amor,/ coma na noite pechada/<br />

morre o día e ven o sol.// IX Na froresta da Tixuca,/ onde o meu querer deixéi,/ Deus queira que volte a velo,/<br />

si non volto, morreréi.” (García, 1977: 102-04).<br />

863

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!