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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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egistro das Atas da Junta Diretiva da Casa de Galícia de São Paulo, dos dias 3 e 9 de julho<br />

de 1956, informa que essa associação de São Paulo decidira não enviar nenhum delegado a<br />

esse congresso:<br />

Em 1956 a diretoria recusou-se a participar do Congreso de Emigración Gallega em Buenos Aires,<br />

porque o mesmo tinha conotações políticas, leia-se antifranquistas. Entretanto, alguns sócios<br />

distribuíram propaganda daquele congresso, sendo advertidos. Esse acontecimento demonstra que<br />

nem sempre os dirigentes representavam a opinião de todos os sócios da casa, o que torna impreciso<br />

qualquer rótulo atribuído à mesma. Existia uma grande diversidade de pensamento entre seus<br />

integrantes e uma indefinição enunciada pelas sucessivas diretorias (Peres, 2003: 314)<br />

Por outro lado, Velo fora organizador e locutor de programas nas emissoras La Voz<br />

de la Patria e Radio Cultura, de especial audiência entre a colônia espanhola exilada ou<br />

imigrante, e na emissora clandestina Radio Claridad, dependente da Unión de Combatientes<br />

Españoles (UCE), fundada no final de 1958, organização à qual esteve vinculado Velo<br />

antes de ele aderir o DRIL. Em Caracas, Velo também atuara como representante galego no<br />

movimento Libertad para España e colaborara na tentativa de reativação o grupo<br />

GALEUZCA 317 . No Brasil, no entanto, percebemos que as atividades em que Velo se<br />

ações em prol da cultura galega e da fraternidade e liberdade dos galegos. Com essa finalidade a comissão<br />

organizadora do congresso elaborara um temário para os debates dividido em três blocos – (a) o passado da<br />

emigração galega, (b) o presente da emigração galega e (c) o futuro da emigração galega: fitos e caminhos –<br />

, subdivididos em múltiplos itens dedicados ao estudo pormenorizado da história de emigração espanhola. As<br />

conclusões seriam publicadas. Na sessão de encerramento aprovou-se uma declaração em que se condenavam<br />

as ditaduras e se reivindicava a democracia para a Galiza, concluindo-se o seguinte: “Facemos estensivo este<br />

chamamento a todolos outros povos peninsulares ibéricos – incruíndo, naturalmente a Portugal –, e a todolos<br />

demáis povos do mundo, que comparten con nosco istes pensamentos: O home libre drento do seu povo libre,<br />

e o povo libre vivindo e convivindo na comunidade universal dos homes e dos povos libres” (Galicia<br />

emigrante, n. 23: 9). O periódico Galicia emigrante, no seu número 23, de agosto e setembro de 1956, cobriu<br />

o evento (p. 6-10). Na matéria incluiu-se uma foto do “profesor José Velo Mosquera – delegado de Venezuela<br />

–“, de quem se comenta que tivera uma brilhante atuação. Esse periódico mostra uma fotografia da “Sra. Dora<br />

Antelo”, único membro mencionado da delegação brasileira. Não nos foi possível obter nenhuma informação<br />

sobre essa senhora.<br />

317 Em uma declaração intitulada Xosé Velo e o “Santa Maria”; “Santa Liberdade”, Operação “Dulcinea”<br />

ou Operação “Compostela” – Passados 36 anos –, datada em 1996, Victor Velo refere-se, como se segue, às<br />

atividades desenvolvidas por Pepe Velo nos meios antifranquistas em Caracas antes da sua incorporação à<br />

Unión de Combatientes Españoles (UCE) e ao DRIL: “O ambiente contagiante vivido na incipiente<br />

democracia [após a derrubada de Pérez Jiménez, em janeiro de 1958] e o apoio irrestrito dos partidos políticos<br />

desse país, a quem os exilados espanhóis tinham prestado solidariedade na derrubada do ditador, incentiva a<br />

criação, numa famosa assembléia realizada em Caracas – meados de 1958 –, de um movimento denominado<br />

LIBERTAD PARA ESPAÑA. Nesse mesmo encontro decide-se pela organização de um ato de afirmação<br />

antifranquista. Mais de quinze mil pessoas lotaram o Palacio de los Deportes da capital. Líderes de todos os<br />

partidos venezuelanos como Fabricio Ojeda (Chefe da Junta Patriótica que tinha derrubado o ditador),<br />

Domingo Alberto Rangel, Rondon Lovera e outros se sucederam na tribuna prestigiando o acontecimento<br />

presidido pelo velho socialista Don Eduardo Ortega y Gasset. Muitos oradores, representando organizações<br />

antifranquistas, fizeram uso da palavra, mas foi Pepe Velo, em nome da Galiza, quem num discurso<br />

emocionante fez a platéia aplaudir, em pé, durante vários minutos. Nesse mesmo ano é realizado um ato, no<br />

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