26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

garimpos que ele descreve pormenorizadamente e a cujos trabalhadores entrevista. Depois<br />

Casais completa a sua viagem a Belo Horizonte de trem. Antes de lá chegar refere-se à<br />

extração de mineral de ferro e à indústria siderúrgica que caracteriza a região entre<br />

Presidente Vargas, Monlevade e Morro Grande e, adivinhando Belo Horizonte adiante de<br />

Gongo Soco, Caeté e Sabará encerra o relato desta última viagem relatada no seu livro com<br />

a exclamação “¡Belo Horizonte!” (Casais, 1940: 233).<br />

Localizamos mais dois títulos de José Casais publicados no Brasil sobre destinos<br />

turísticos. Ambos referem-se a espaços mineiros e ambos lançaram-se em 1942. Nesse ano,<br />

o primeiro editado foi Congonhas do Campo. Saiu do mesmo prelo que Un turista en el<br />

Brasil, mas, desta vez, em português (“tradução do texto inédito espanhol por Aires da<br />

Matta Machado Filho”).<br />

Congonhas do Campo é um livro de 73 páginas contendo também impressões de<br />

viagem, ilustradas por 75 “fotografias originais do autor especialmente obtidas para esta<br />

obra”. José Casais justifica esta outra publicação comentando que, quando compôs Un<br />

turista en el Brasil, ainda não visitara a cidade mineira de Congonhas do Campo e que,<br />

como ele só tratava “das cidades e campos percorridos”, não pôde se referir a essa cidade,<br />

embora ele tivesse gostado de que Congonhas do Campo fosse um capítulo de Un turista<br />

en el Brasil. Logo, ele considera que a ausência de referências à cidade de Congonhas era<br />

uma lacuna de Un turista en el Brasil.<br />

O posicionamento de Casais perante Congonhas continuou sendo o de um turista,<br />

mas ele de novo fez questão em esclarecer que ele não respondia ao estereótipo mais<br />

comum do turista. Ele era um turista distinto, que selecionava, nas suas viagens pelo Brasil,<br />

destinos diferentes – alternativos –, para os quais se precisava de tempo e capacidade de<br />

apreciação. De fato, ele crê que o caráter diferencial do seu turismo justifica, por si, o seu<br />

registro. Casais informa como se segue das características e da finalidade de Congonhas do<br />

Campo:<br />

Para integrar meu caderno de fotografias de Congonhas do Campo, escrevi as páginas seguintes.<br />

Com elas não quis compor monografia histórica da cidade dos “Profetas” nem estudo crítico das<br />

obras de Aleijadinho. Não aspiro a tanto. Tampouco se apresentam como simples guia de turistas<br />

apressados. Refletem minhas impressões de viajante e esclarecem as gravuras, parte essencial da<br />

obra.<br />

666

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!