26.03.2015 Views

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

En el Salgueiro, de acceso por la calle dos Araujos, hay varias escuelas de samba. La más conocidas<br />

son la “Unidos do salgueiro” y la “Azul e Branco”. [...] Los días de “samba-danza” (sábados y<br />

domingos) la Escuela Azul e Branco conviértese en cabaret que, por cierto, recuerda la Boule<br />

Blanche de Montparnasse. [...] Es buena y sencilla la “garotada”. De una corrección sin tacha. En la<br />

Escuela domina el orden, no se oye una voz de barullo.<br />

Al final, dos jóvenes hicieron cuestión de acompañarme hasta el tranvía. Me narraron su vida de<br />

trabajo. Todos los días a las cuatro de la madrugada empieza el desfile de centenas y centenas de<br />

operarios que bajan del Salgueiro a los talleres de la ciudad.<br />

– Estamos muy contentos. La Alcaldía instaló un Grupo escolar a la entrada del morro.<br />

Los vecinos, desde las ventanas de sus casas o sentados a la puerta de las mismas, (era víspera de<br />

domingo) nos saludaban corteses (Casais, 1940: 28-29).<br />

A visão que, como turista estrangeiro no Brasil, teve Casais das favelas cariocas foi<br />

recentemente mencionada, por um lado, nos artigos acadêmicos A Construção da Favela<br />

Carioca como Destino Turístico e A favela que se vê e que se vende: reflexões e polêmicas<br />

em torno de um destino turístico, e, por outro, no artigo periodístico Favela como atração –<br />

Visitantes estrangeiros descobrem aventura e caridade nos morros cariocas, os três de<br />

Bianca Freire-Medeiros (2006; 2007). Neles lê-se:<br />

Gibson e Casais foram parte do que o cronista Luiz Edmundo chamou de “corajosos ingleses” –<br />

visitantes que vinham ao Rio “com roupa xadrez, boné de pala e binóculo a tiracolo, indiferentes aos<br />

perigos da febre amarela” (Freire-Medeiros, 2006) 438 .<br />

“Há locais na capital que gozam de má fama, mas basta visitá-los para se convencer de que de mau<br />

eles só tem isso: a fama. Fui aos morros de dia e à noite, e só cruzei com gente educada, que ao<br />

passar me saudava amavelmente”. Este é um trecho das memórias de viagem de José Casais,<br />

embaixador espanhol em missão diplomática ao Brasil no início da década de 1940.<br />

Antes de Casais, em meados dos anos 1930, outro embaixador, o norte-americano Hugh Gibson,<br />

também havia registrado em detalhes sua visita a um dos morros do Rio de Janeiro, onde teve,<br />

segundo ele, “a excitante oportunidade” de beber cachaça e participar em um “ritual vodu”. O poeta<br />

futurista Fillipo Marinetti, o arquiteto e urbanista Le Corbusier, o escritor Albert Camus e o diretor<br />

de cinema Orson Wells igualmente fazem parte da vasta lista de visitantes estrangeiros que se<br />

deslumbraram com o “mundo exótico” da favela carioca. Mas foi a partir da Eco-92 que os “favela<br />

tours” se tornaram uma prática massiva (o que não deixa de ser irônico se lembrarmos que durante a<br />

Conferência as autoridades governamentais procuraram isolar essas localidades tidas como nosso<br />

“anti-cartão-postal”).<br />

438 Disponível em: . Acesso<br />

em: 29 jun. 2009.<br />

626

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!