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UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA FACULDADE ...

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continuasse sendo tanto a “Bahia das 365 igrejas!” (Gimenez, 1958: 29) quanto “uma<br />

Toledo brasileira” (Gimenez, 1958: 33).<br />

Giménez Caballero enxerga também os imigrantes espanhóis de Salvador. Chamalhe<br />

a atenção o que ele considerada um traço distintivo desse grupo em relação às outras<br />

colônias de imigrantes espanhóis na América do Sul. Esse traço seria a homogeneidade e a<br />

coesão desses sujeitos, entre os que não haveria aborrecimentos causados por rivalidades<br />

“regionalistas”. O autor não quer perceber que a procedência pontevedresa de mais de 90 %<br />

dos espanhóis teria mantido a homogeneidade na colônia. Comenta ele:<br />

Mas é que o mistério sobre o espanhol acentua-se quando descobrimos que nossa colônia baiana, de<br />

uns 6.000 compatriotas, é a única “totalmente unida” de toda a América, sem anarquias e sem<br />

dissidências regionalistas – como nos explicava o amabilíssimo Cônsul, nosso Alfonso Diaz Pache.<br />

Pelo que, pôde instituir-se um “Centro Espanhol” de tipo faustoso, no melhor sítio da “urbs”. Não só<br />

isso, como também, por ficar algo antiquado, vão-no deitar abaixo, edificando outro mais<br />

monumental, comprando terrenos vastíssimos até a beira da praia, segundo planos que nos mostrou<br />

seu formidável presidente, Sr. Manuel Pinheiro Cal. Possuindo, demais, os hispânicos, um hospital<br />

incomparável. Nós assistimos à inauguração de novas salas e aparelhos.<br />

Os espanhóis são os grandes manejadores de certos ramos de comércio nesta Capital. Sobretudo de<br />

padarias, confeitarias e outros estabelecimentos de comestíveis e bebidas (Giménez, 1957: 28-29).<br />

Um resultado das bolsas concedidas a baianos pelo Instituto de Cultura Hispânica é<br />

o livro Espanha eterna, publicado em 1967 por Deodato Madureira. Ele gozou de uma<br />

dessas bolsas de estudos na Espanha canalizadas através do Instituto de Cultura Hispânica<br />

da Universidade da Bahia. Ela, além de permitir a Madureira realizar um “curso científico”,<br />

possibilitou que ele viajasse bastante pela Espanha refletindo sobre a história e a identidade<br />

do país e, especialmente, sobre conceituações em torno à hispanidade. A hispanidade é o<br />

tema do Prólogo e da conclusão da obra, a qual é encerrada com os itens Instituto de<br />

Cultura Hispânica, pólo da hispanidade e A longa viagem de volta! No Prólogo, o baiano<br />

Madureira refere-se à hispanidade nos seguintes termos:<br />

“Ser hispânico não é ser espanhol...”, diz Blas Piñar e com muita propriedade.<br />

[...] Escritores e pensadores brasileiros, tais como: Gilberto Freyre, Helio Simões, Arlindo Veiga dos<br />

Santos, José Pedro Galvão de Souza, Helio Rocha e muitos outros, consideram o Brasil como nação<br />

hispânica, à luz e razão históricas.<br />

Felizmente, o Instituto de Cultura Hispânica de Madrid vem realizando diretamente e através do<br />

ICHUB e outras instituições a ele ligadas no Brasil, uma obra meritória de tomada de contacto, de<br />

aproximação, de conhecimento mútuo entre brasileiros e espanhóis, entre Brasil e Espanha, nos<br />

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